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Brasil. Empresários portugueses em "modo de espera"

21 mar, 2016 - 08:58 • Pedro Mesquita

Há muito que se sente o travão na economia brasileira, mas os últimos acontecimentos políticos vieram agravar a situação. A Renascença ouviu a opinião de um empresário português, da área das tecnologias, em viagem de negócios a São Paulo.

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É a pergunta para um milhão de dólares - no caso, de reais. Investir mais no Brasil ou travar a fundo? Armindo Monteiro, um empresário português, da área das tecnologias em viagem de negócios a São Paulo tem resposta pronta: "Neste momento, há que esperar para ver".

Todos, no Brasil, esperam para ver. O impasse político-jurídico agrava a crise de confiança. "Naturalmente que sim. Quando alguém aceita uma indigitação política apenas para não ser confrontado com determinadas acusações, isso afecta muito a confiança que se pode ter num país. Também noto, do lado da justiça, um mediatismo que a justiça dispensaria", afirma o empresário à Renascença.

Mas é preciso não esquecer que já há muito se sente o travão da economia. Basta pensar na desvalorização das matérias-primas que enriqueciam o Brasil. "Nós, os investidores, e ainda para mais sendo estrangeiros, não estamos preocupados apenas com a crise política. O Brasil está a atravessar uma crise económica profunda, que é também causada pela queda muito forte no preço das matérias-primas à escala global. O petróleo é um dos exemplos: caiu para metade".

E há uma outra fractura de cariz ideológico, considera ainda Armindo Monteiro. "Falo, não apenas da divisão entre os que apoiam a Presidente Dilma e os que a contestam. Estou também a pensar nos que preferem distribuir o que têm antes de criarem riqueza, e os que preferem criar riqueza antes de a distribuir".

Seja como for, a convulsão nas ruas estalou na reacção ao convite de Dilma a Lula da Silva para ser ministro (e assim contornar o caminho normal da justiça) e à batalha jurídica para travar a posse.

No sábado e no domingo, Armindo Monteiro já não assistiu a manifestações em São Paulo como na sexta-feira. "Nem pouco, mais ou menos. Bom, mas permitam-me o tom de brincadeira: os manifestantes brasileiros também descansam ao fim de semana".

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