08 abr, 2016 - 22:08
Um grupo de uma centena de investidores em obrigações sénior do Novo Banco, que se consideram lesados pelo Banco de Portugal e puseram uma acção em tribunal contra o supervisor, pedem agora ajuda ao primeiro-ministro, António Costa.
"Apelamos ao senhor primeiro-ministro para que, tal como fez, e bem, no caso dos lesados do BES, desse também uma mão aos lesados do Novo Banco e que pudesse mediar uma reunião com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Banco de Portugal (BdP) e o Novo Banco", afirmou esta sexta-feira o porta-voz da Associação de Obrigacionistas Sénior Particulares Lesados do Novo Banco, Ruy Ribeiro, em conferência de imprensa.
São pequenos investidores atingidos pela decisão do Banco de Portugal, de 29 de Dezembro, de transferir cinco das 54 emissões de obrigações sénior do Novo Banco para o BES, ou seja, o “banco mau”.
Esta sexta-feira, em conferência de imprensa, pediram que a resolução seja revertida. O porta-voz da associação, Ruy Ribeiro, sublinha que são investidores particulares e não podem ser tratados como institucionais.
“A medida que o Banco de Portugal tomou foi para apanhar grandes investidores institucionais, os fundos de investimento, mas a verdade é que nos apanhou no meio. Somos 100 pessoas que estamos afectados em 17,5 milhões de euros, que de facto num universo de 1.985 milhões é uma gota de água.”
Se a decisão se mantiver, mais uma centena de famílias pode perder todas as poupanças porque o BES está falido, frisa Ruy Ribeiro.
O advogado que representa este grupo de lesados do Novo Banco, Macedo Vitorino, explica que o objectivo da acção judicial interposta no dia 29 de Março é anular a resolução do Banco e Portugal.
Em causa estão obrigações seniores, neste caso, de cem mil euros cada. Há pessoas que têm apenas uma dessas acções.