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Banco Mau. “PSD não pode recusar à partida a proposta de António Costa”

12 abr, 2016 - 01:44 • José Pedro Frazão

No programa "Falar Claro" da Renascença, Morais Sarmento alarga o apelo ao CDS e sugere que a ideia de um “banco mau” pode ser uma boa solução, caso sejam ultrapassadas as dificuldades técnicas que a proposta encerra. O socialista Vera Jardim não compreende críticas precoces de BE e PCP.

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​Morais Sarmento. “PSD não pode recusar à partida a proposta de António Costa”
​Morais Sarmento. “PSD não pode recusar à partida a proposta de António Costa”

O antigo ministro social-democrata Nuno Morais Sarmento aconselha o seu partido a não recusar liminarmente a proposta de criação de um veículo financeiro para albergar o crédito malparado da banca portuguesa.

No programa “Falar Claro” da Renascença, o militante do PSD alarga o apelo ao CDS e sugere que a ideia de um “banco mau” pode ser uma boa solução, caso sejam ultrapassadas as dificuldades técnicas que a proposta encerra.

“Não faria nenhum sentido que o PSD ou o CDS recusassem, à partida, uma solução deste tipo antes de conhecerem os seus detalhes técnicos. Apenas no plano técnico é que ela pode ser criticável. À partida, avançar esta ideia pode merecer a nossa rejeição ou recusa? Não. Pelo contrário, se não houver problemas técnicos e se o Governo descobrir - não sei muito bem como - o dinheiro ou a garantia a prestar, até pode ser de facto uma boa solução”, afirma Morais Sarmento na Renascença.

Apelidando a solução como “muito à portuguesa”, o comentador social-democrata admite estar a favor “se o Governo explicasse - encantado ficaria - como vai resolver a tal parte: ou põe dinheiro ou dá garantia”.

Da inconsequência de adiar uma solução

Sarmento fala numa “grande vantagem” da proposta: “Isto permite-nos atirar a conta final desse crédito malparado para lá de dez anos. Até lá, o que pagamos é algum juro. Isto tem um custo financeiro, mas não pagamos aquele malparado. Durante dez anos não nos chateamos com isso”.

Na mesma medida, o social-democrata fala também de uma proposta “inconsequente”, porque “isto só se pode fazer se houver dinheiro ou capacidade legal de garantia. O Estado não tem dinheiro nem garantia. Não percebo como é que isto se faz”, critica o militante do PSD.

O comentador lembra as diferentes experiências de Espanha: “Limpou-se a parte má do balanço de cada banco e puseram lá dinheiro que pediram à UE.” Em Itália, afirma, “não tiraram malparado do balanço de cada banco e ofereceram uma garantia de Estado, sem ser qualificada como ajuda de Estado pela União Europeia”.

BE e PCP estão a precipitar-se

O socialista Vera Jardim reconhece que a operação proposta por António Costa é complicada “sobretudo para um país em que não há capital. Não há grandes condições para o Estado pôr [dinheiro] neste momento”.

No debate político das segundas-feiras da Renascença, o antigo ministro da Justiça classificou a proposta como algo “interessante” e que “deve ser trabalhada”. O histórico do PS não entende como podem PCP e Bloco de Esquerda criticar uma proposta ainda bastante genérica.

“Estão a falar de uma coisa que ainda não conhecem nos seus detalhes. É ainda uma ideia tão genérica que nem merece ser criticada”, sublinha Vera Jardim.

Bruxelas fora das marcas sobre a Caixa

O comentador socialista pede flexibilidade às instituições europeias no caso da banca portuguesa e distribui recados por Bruxelas e Frankfurt.

“O senhor Draghi também tem uma palavra a dizer. Espero que tenha levado de Portugal mensagens suficientemente fortes para perceber que nós temos aqui um problema entre mãos e também precisamos de alguma flexibilidade do Banco Central Europeu e da UE”, afirma Vera Jardim, numa referência à passagem do presidente do BCE pelo Conselho de Estado na semana passada.

A capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é outra preocupação do Governo e do sector financeiro.

Vera Jardim não compreende a posição da Comissão Europeia sobre este processo. “Se o único accionista da CGD é o Estado, um aumento de capital é uma ajuda de Estado? Às tantas a União Europeia está a dizer que em Portugal não pode haver um banco público! Ou que esse banco público não pode aumentar o capital! Não sei qual é a posição exacta de Bruxelas neste momento sobre isso. Se for esta, efectivamente está a exorbitar [a sua competência]”, remata em jeito crítica dirigida à Comissão Juncker.

Comentários
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  • rosinda
    19 mai, 2016 palmela 02:40
    um banco mau ! Esta ideia nao foi muito inteligente descredibiliza toda a banca! podiam ter inventado outro nome!
  • Vasco
    12 abr, 2016 Santarém 23:02
    E porque razão PSD e CDS hão-de dar aval a tal ideia quando há partida o governo dispõe de maioria na AR e o senhor Costa anteriormente sempre recusou acordos com os anteriores governantes que até ganharam as eleições? Se não serviram antes as suas ideias entendo que agora também não servirão e na oposição a actual troika governativa tinham solução para tudo portanto também a devem ter agora.
  • Isaías
    12 abr, 2016 Israel 19:37
    Porque será que estes dois produtos não se consideram fora de prazo e , em vez de defender asneiras , não vão passear o cão deles e os netos? Ainda não têm que chegue? Pensarão que transportarão com eles, na urna, um saco de notas? Que se desiludam. Boa noite.
  • Petervlg
    12 abr, 2016 Trofa 09:47
    Novamente a mesma coisa, protecção aos bancos, não existe bancos mau ou bom, existe bancos, não dá fecha-se é uma empresa e nunca vi o estado a colocar dinheiro para salvar uma empresa privado, e tantas tem fechado por esse pais fora.

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