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BPI não tem interesse no “banco mau"

15 abr, 2016 - 00:11

Fernando Ulrich deixa apenas uma hipótese de participar: se der benefícios aos bancos.

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O presidente do BPI, Fernando Ulrich, garante que o banco não tem interesse em participar num eventual veículo para `limpar` do balanço dos bancos os crédito malparado porque o banco tem poucos activos problemáticos e esses estão bem provisionados.

"Daquilo que entendo parece-me que não será um projecto do interesse do BPI. É para um banco que tenha muitos activos problemáticos e que não estão convenientemente provisionados, o BPI não esta nessa situação, não tem necessidade de participar no processo", disse Fernando Ulrich aos jornalistas, à margem da apresentação de um livro em Lisboa.

Ainda assim, o presidente do BPI disse que o banco quererá participar num eventual esquema para retirar activos `tóxicos` do balanço dos bancos se isso lhe der vantagens.

"Agora, se der benefícios aos bancos, o BPI quererá beneficiar. Mas se é para resolver problemas, não tem interesse", acrescentou.

Elisa Ferreira, "excelente escolha"

O presidente do BPI considera uma "excelente escolha" a de Elisa Ferreira para o Banco de Portugal e disse que contou com a sua "colaboração" no relacionamento com o BCE e que comprovou o respeito que lhe têm os principais responsáveis.

"Tenho um grande respeito por ela e, a confirmar-se a indigitação, parece-me uma excelente escolha", afirmou hoje Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, à margem da apresentação de um livro em Lisboa sobre a governação dos bancos.

O presidente do BPI diz que já conhece Elisa Ferreira há anos e que contou mesmo com a "colaboração" da eurodeputada socialista nas conversas com o Banco Central Europeu (BCE) a propósito da exposição do BPI a Angola, nomeadamente o Banco de Fomento de Angola (BFA).

"Nesta situação que o BPI tem com o BCE relativamente ao BFA [Banco de Fomento de Angola] há alguns meses partilhei algumas preocupações com a Drª Elisa Ferreira e não esqueço a colaboração dela, e pude verificar a credibilidade e respeito que ela granjeia nos principais responsáveis financeiros europeus. Tive provas concretas disso", afirmou Ulrich.

Quanto a Máximos dos Santos, que deverá sair do `banco mau`, BES, também para o Banco de Portugal, Ulrich diz que conhece à menos tempo mas que, desse conhecimento, tem uma "excelente impressão".

Na quarta-feira, a imprensa noticiou que a actual eurodeputada socialista Elisa Ferreira vai para a administração do Banco de Portugal, assim como Máximo dos Santos, actualmente presidente do `banco mau` BES.

Em declarações aos jornalistas, à margem de um evento, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, não confirmou os nomes, dizendo apenas que "em devido tempo" irá formalizar uma proposta ao Governo com os nomes das pessoas escolhidas para o Conselho de Administração da instituição que dirige.

Segundo a lei orgânica do Banco de Portugal, o Conselho de Administração do regulador e supervisor bancário é composto pelo governador, por um ou dois vice-governadores e por três a cinco administradores.

Actualmente, e depois da renúncia em Março de António Varela ao cargo de administrador em desacordo com a política da instituição, o Conselho de Administração é constituído pelo governador Carlos Costa, auxiliado pelos vice-governadores Pedro Duarte Neves e José Berberan Ramalho.

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