17 abr, 2016 - 16:05
O primeiro-ministro, António Costa, espera que os accionistas do BPI se entendam e que o Banco Central Europeu (BCE) não avance com a aplicação de multas na sequência da falta de acordo com a empresária Isabel dos Santos.
“O BCE tem revelado boa compreensão sobre o andamento
deste processo. O prazo limite era no passado dia 10, o BCE até agora não aplicou
qualquer tipo de sanção e estou convicto que, se todos agirem com prontidão nas
condições existentes, acho que podemos encontrar soluções que poupem a
instituição a sanções, que permitam o cumprimento das condições do sistema de
supervisão europeu”, declarou António Costa, aos jornalistas, no aeroporto de Lisboa.
O chefe do Governo reagia à notícia da falta de entendimento entre o BPI e a empresária Isabel dos Santos, anunciado este domingo pelo banco.
“Lamento que não se confirme o acordo negociado entre os principais accionistas do BPI, mas confio que a administração do BPI e os principais accionistas possam tomar as decisões adequadas a poder dar cumprimento às determinações das entidades de supervisão europeias, sem grandes sobressaltos para a instituição e sem nenhum sobressalto ou perturbação do sistema financeiro nacional", afirma António Costa.
“Estou confiante de que não” haverá consequências graves para o sistema financeiro português, reforçou.
O primeiro-ministro disse que o Governo cumpriu o seu "papel" de "criar um contexto para que as partes negociassem". "Houve negociação construtiva, houve acordo, de lá para cá as condições alteram-se", lamentou António Costa.
O BPI anunciou este domingo, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que "ficou sem efeito" o entendimento alcançado com a empresária angolana Isabel dos Santos.
O banco liderado por Fernando Ultich responsabiliza Isabel dos Santos pela falta de um acordo, que chegou a ser anunciado ao mercado a 10 de Abril.
No comunicado enviado à CMVM, o BPI explica que "já depois do dia 10 de Abril", a Santoro Finance, de Isabel dos Santos, "desrespeitou o que tinha acordado e veio a solicitar alterações aos documentos contratuais acima mencionados”.