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Carlos Costa sob fogo cruzado na comissão de inquérito ao Banif

19 abr, 2016 - 07:21 • Paulo Ribeiro Pinto

Destituição do governador do Banco de Portugal é difícil, mas, em todo o caso a iniciativa tem sempre de partir do Governo, em conselho de ministros, sob proposta do ministro das Finanças.

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O governador do Banco de Portugal regressa esta terça-feira, às 9h30, ao Parlamento para mais uma audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif. É a segunda no espaço de duas semanas. Se na primeira, Carlos Costa esteve cinco horas a falar do banco do Funchal, desta vez prevê-se uma reunião curta, uma vez que às 11h30 entra o ministro das Finanças, Mário Centeno.

Muito semelhante deverá ser a linha de argumentação do Bloco de Esquerda, apostado em demonstrar que o governador cometeu uma falha grave de supervisão e a querer que o Governo avance no pedido de exoneração.

Mariana Mortágua, que já por várias vezes acusou o supervisor de “falhas”, deverá apostar nesta linha de ataque, seguindo o desafio lançado por Catarina Martins, no debate quinzenal na passada sexta-feira, para que António Costa demita o governador.

A destituição de Carlos Costa é, tecnicamente, difícil, mas, em todo o caso a iniciativa tem sempre de partir do Governo, em conselho de ministros, sob proposta do ministro das Finanças, e é isso que o Bloco quer.

O processo de exoneração não acaba, contudo, nas fronteiras nacionais. O Governador ou o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) podem interpor recurso para o Tribunal de Justiça. Nos últimos anos, vários artigos de opinião produzidos por Frankfurt tornam a exoneração de um governador virtualmente impossível.

Por exemplo, num artigo datado do ano passado sobre alterações à Lei Orgânica do Banco Central da Eslovénia, o BCE afirmou que uma violação das leis nacionais ou mesmo da Constituição não é suficiente para demover um membro do supervisor.

O Partido Socialista pode não ir tão longe no pedido de demissão, mas deverá insistir no argumento do Governo de uma “falha grave de informação” por não ter informado o Executivo de que tinha proposto ao Banco Central um limite ao financiamento do Banif, quando ainda decorriam tentativas para evitar uma resolução.

O ministro das Finanças também não deverá escapar a ataques da oposição. O PSD, por exemplo, acusou Mário Centeno de mentir na Comissão quando afirmou que não interferiu na venda do Banif ao Santander Totta.

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  • Luis
    19 abr, 2016 Lisboa 10:30
    Tanto tempo perdido. Tanto dinheiro mal gasto. Tanta politiquice inutil. Há já muito tempo que todo o Povo se apercebeu que em todos os intervenientes no processo não há inocentes. Nem neste nem em todos os outros. Já se percebeu que este processo deveria também ser um caso de policia. A gestão danosa e a negligência bem como a incompetência devem ser punidas. Neste País à beira mar encalhado toda a gente, mesmo inqualificada, quer sempre desempenhar grandes e responsáveis cargos. No dia que começarem a pensar que a incompetência é punida limitam-se apenas a concorrer a lugares no clube do seu bairro.
  • severo nascimento
    19 abr, 2016 caminha 09:33
    Perante os factos de a C.E. nada dizer sobre o vulcão provocado pelo BES(4000 milhões) e pelo BANIF(3000 milhões), já para não falar do BPN, vir agora denunciar hipocritamente o aumento do salário mínimo como causador do aumento do desemprego, do défice e da dívida pública portuguesa obrigará J. Monet a dar mil voltas sobre si próprio e finalmente acreditar no Bosão de Higgs!
  • Joao Magalhaes
    19 abr, 2016 Lisboa 08:21
    É só inquéritos. o que eu gostava de ver era consequências e um assumir de responsabilidades, mas verdadeiro, não aquele que todos usam que é dizer que " eu assumo a responsabilidade" e nada acontece, está na altura de irem buscar todo o dinheiro e penhorar bens dessa gente até pagarem o que roubaram, eu sou vendedor e se os meus clientes não pagarem a factura eu não recebo comissão, estes gajos fartaram-se de receber milhões em comissões por negócios e vendas falsas, deviam ser obrigados a devolver o dinheiro que receberam, mas como sempre, quem paga é o Zé povinho e eles continuam a viver a sua vida milionária como se nada se passasse.

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