19 abr, 2016 - 14:58
O Automóvel Club de Portugal (ACP) considera “injusto e discriminatório” proporcionar gasóleo mais barato para transportadores de mercadorias nos postos de combustível junto à fronteira.
Carlos Barbosa, presidente do ACP, coloca “dúvidas de carácter legal” à intenção do Governo, anunciada esta segunda-feira pelo ministro-adjunto Eduardo Cabrita, depois de uma reunião com as associações do sector.
Em declarações à Renascença, o presidente do Automóvel Club não vê “razão para haver uma discriminação entre os transportadores de mercadorias e o comum cidadão, que tem o seu carro e que transporta bens necessários para consumo”. Duvida mesmo que a medida seja constitucional.
Carlos Barbosa afirma, por outro lado, que o Governo “tem medo” que de os transportadores parem o país, em protesto contra o aumento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP).
“Quando o Governo fizer as contas do que é que ganha e do que é que perde baixando os impostos na gasolina e os impostos no sector automóvel, vai perceber que vai ter as mesmas receitas, com mais gente a circular, mais gente a gastar e a dar mais impostos ao Estado”, sustenta.
O Governo pretende criar descontos para as transportadoras de mercadorias em postos de gasolina em três zonas de fronteira com Espanha e nas antigas SCUT do interior.
A informação foi confirmada pelo ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, no final de uma reunião com as associações que representam as empresas de transporte de mercadorias – ANTRAM e a ANTP.
Do lado das transportadoras de passageiros, a associação que as representa (ANTROP) garante que o Governo lhe propôs as mesmas condições anunciadas para as mercadorias, com vista a minorar o impacto do aumento do ISP. A garantia é dada pelo presidente da ANTROP, Cabaço Martins, ao “Jornal de Negócios”.