20 abr, 2016 - 09:43
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O fabricantes japonês de automóveis Mitsubishi Motors admitiu ter manipulado desde meio de 2013 testes de emissões poluentes em, pelo menos, 625.000 veículos, alguns dos quais construídos para a também nipónica Nissan.
Em
causa estão quatro mini-veículos (da gama eK), incluindo 480 mil unidades
fabricadas para a Nissan (Dayz e Dayz Roox).
“Pedimos as nossas mais sinceras desculpas a todos os nossos clientes e às outras partes afectadas”, declarou o presidente do grupo, Tetsuro Aikawa, durante uma conferência de imprensa, esta quarta-feira, no Ministério dos Transportes japonês. "Decidimos parar a produção e as vendas dos modelos em questão", acrescentou.
O anúncio surge numa altura em que a indústria automóvel tem sido sujeita a fiscalizações mais apertadas, depois de a alemã Volkswagen se ver envolvida num escândalo relacionado com fraudes nos testes de emissões.
A Mitsubishi caiu mais de 15% na bolsa de Tóquio, a maior queda desde Julho de 2004.
Escândalo VW
A Comissão Europeia quer endurecer as regras contra a indústria automóvel. Em cima da mesa aprovar um pacote de medidas para regular as emissões poluentes da indústria automóvel, com sanções que podem chegar aos 30 mil euros por cada carro que saia da fábrica sem cumprir as regras definidas.
Várias marcas automóveis ficaram sob suspeita após o escândalo da Volkswagen, que rebentou a 18 de Setembro do ano passado, quando se percebeu que a construtora alemã instalara um kit fraudulento de emissões poluentes nos motores EA 189, usado em modelos a gasóleo da VW e da Audi, que ocultavam os valores reais de poluição gerados por esses motores.
A Volkswagen assumiu ter colocado um software em 11 milhões de automóveis a nível mundial, dos quais 8,5 milhões na Europa.
A construtora alemã garante que o motor dos carros é seguro. O problema está em que poluem muito mais do que demonstravam os testes, exactamente porque lhes foi aplicado um dispositivo informático que baixava as emissões.
Já este ano, foi revelado que a francesa Renault apresentava modelos que não cumpriam as regras de emissões, embora não tenha havido uma manipulação intencional. A marca vai chamar 15 mil carros às oficinas.