Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Passos passa culpas pelo impacto do Banif no défice

21 abr, 2016 - 17:39

Antigo primeiro-ministro argumenta que a resolução do banco não foi uma decisão do seu Governo.

A+ / A-

O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho nega responsabilidades pelos encargos que o Banif representa no valor do défice de 4,4% confirmado pelo Eurostat, sublinhando que a resolução do banco não foi uma decisão do seu Governo.

Questionado se se sentirá responsável caso a operação do Banif for considerada nas contas públicas, fazendo o valor do défice subir de 3 para 4,4%, Passos Coelho recusou qualquer responsabilidade: "Não de todo, não foi uma matéria que tivesse acontecido enquanto eu estive no Governo", disse.

"Não respeita a nenhuma decisão que nós tivéssemos tomado no Governo. Fica por esclarecer - ainda está em esclarecimento na comissão de inquérito - o que é que aconteceu desde que esse Governo terminou, o que é aconteceu que obrigou o Banco de Portugal à decisão de resolver o banco e de o resolver nessas circunstâncias", referiu Pedro Passos Coelho, que falava aos jornalistas à saída de uma conferência promovida pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

Salientando que a decisão para o problema do Banif não decorreu da acção do Governo de maioria PSD/CDS-PP que liderou, o líder social-democrata lembrou que o seu executivo tentou "melhorar a situação do banco ao longo dos três anos em que se injectaram capitais públicos" na instituição.

"Não me parece que seja uma consequência da acção negativa do anterior Governo. A acção [do Governo PSD/CDS-PP] foi, dadas as circunstancias, até bastante positiva", vincou.

De qualquer forma, acrescentou, o valor que deve ser tido em conta não deve incluir esses "efeitos extraordinários", mas "o que é permanente".

Passos Coelho desvalorizou ainda o facto de, mesmo excluindo os encargos do Banif, o valor do défice de 2015 ter ficado acima da previsão de 2,7% do Governo que liderou.

"O que era importante era que o défice não ficasse acima dos 3%", frisou, recordando que logo no verão "ficou claro que os 2,7% não seriam alcançáveis".

O gabinete oficial de estatísticas da União Europeia confirmou hoje que Portugal terminou 2015 com um défice de 4,4% do PIB, e uma dívida pública de 129%, contabilizando os custos da medida de resolução aplicada ao Banif.

No quadro das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, é lançado um procedimento por défice excessivo quando o défice público é superior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo este sido precisamente o valor atingido por Portugal em 2015 sem contabilizar o impacto de 1,4% decorrente da medida de resolução aplicada ao Banif.

O Governo tem reiterado que a operação do Banif não deve ser considerada nas contas públicas, permitindo que o défice orçamental se mantenha na meta dos 3% do PIB.

A Comissão Europeia tem indicado que tomará uma decisão em maio, após ter em sua posse não só os dados validados do Eurostat, como também as previsões económicas da primavera (que a Comissão divulgará no início de maio) - para analisar a trajectória expectável do défice - e após analisar o Programa Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade, que o Governo deverá apresentar até ao final de Abril.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Pinto
    23 abr, 2016 Custoias 00:19
    É fácil culpar os outros não é?
  • Anonimo
    22 abr, 2016 Secreta 03:48
    Passos Coelho, com estas declarações confirma que é o Sr SEM VERGONHA e com HONESTIDADE ZERO. Militantes do PSD, porque não se chegaram à frente com alternativas para o partido? Só por causa da estratégia patética do "ganhamos eleições e a geringonça cairá em breve, principalmente se ajudarmos a pressionar junto da comissão €uropeia" ?!?
  • Eduardo Almeida
    22 abr, 2016 Barreiro 03:47
    Comentários interessantes, só falta dizerem que este homem que colocou o país na bancarrota, que falta de memória.
  • Bancadacentral
    21 abr, 2016 Lisboa 23:54
    A renascença pratica censura ......magoada pelo fim do passosportismo......
  • jacc
    21 abr, 2016 evora 23:19
    E assim se faz um politico mediocre
  • manuel silva
    21 abr, 2016 porto 22:55
    Só falta dizer que as culpas das dívidas dele á Seg.Social e ao fisco são do Costa.
  • ZÉ NINGUEM
    21 abr, 2016 Geringonça 22:36
    Cambada de ignorantes. Leiam a noticia de hoje. Banco de Portugal multou o Bonco BANIF e administradores em 1,8 milhões. Estes agora é que são os sérios. Esperem pelo resultado. Lá para o final do ano conversamos.
  • 21 abr, 2016 20:42
    Os culpados somos nós que votamos neles e acretitamos em mentirosos.
  • Pedro
    21 abr, 2016 Bencatel 20:41
    Devia ter vergonha na cara.
  • Tasquinha da Prelada
    21 abr, 2016 Porto 20:32
    Nós "Tasquinha da Prelada" perguntamos-te: porque no te callas "coelho" e "caranguejola de direita" hmmmmm ? Cumprts da TdaP.

Destaques V+