09 mai, 2016 - 20:37
O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse esta segunda-feira, em Bruxelas, que Portugal não tenciona acompanhar a Grécia se esta avançar com um programa de reestruturação da dívida.
"É altura de nos concentrarmos nas nossas obrigações, no contexto nacional - no Parlamento e com os portugueses e também na Europa", disse Centeno, quando questionado sobre se Portugal poderia aproveitar e beneficiar de um pedido grego de reestruturação da dívida do país.
"Temos um programa de estabilidade apresentado, que queremos cumprir, que vem na sequência daquilo que foram os objectivos que estabelecemos no Orçamento de Estado de 2016. O Governo português sabe bem o rigor e a exigência do que tem que pôr na sua acção e é nesse caminho que queremos trilhar", salientou.
Centeno falava no final de uma reunião extraordinária do Eurogrupo dedicada à questão económica e financeira da Grécia e na qual os ministros das Finanças da zona euro se disponibilizaram a analisar "um conjunto de medidas para garantir a sustentabilidade da dívida grega", disse.
Na conferência final, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, comentou que as aprovações de reformas pelo Parlamento grego, no Domingo, "abrem caminho para terminar com sucesso a primeira revisão" do regate acordado no Verão de 2015.
Dijsselbloem precisou que o Grupo de Trabalho do Euro foi mandatado para aprofundar as discussões sobre a dívida e enumerou desde já "duas linhas vermelhas" para um acordo: "'haircuts' e mudanças fundamentais ao programa".
Os credores (União Europeia e Fundo Monetário Internacional) acordaram em Julho de 2015 um terceiro pacote de auxílio à Grécia, envolvendo empréstimos de 86 mil milhões de euros, mas a continuidade dos pagamentos foi condicionada a reformas que o governo de Alexis Tsipras deveria implementar.