Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Crédito malparado "é uma bomba-relógio", alerta CIP

16 mai, 2016 - 09:47

António Saraiva diz que o malparado deve "andar à volta dos 20 mil milhões de euros" e critica a falta de ambição do Governo na redução estrutural da despesa.

A+ / A-

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, defende ser preciso encontrar um instrumento que retire de banca o crédito malparado, alertando que Portugal "está com uma bomba-relógio debaixo dos pés".

O crédito malparado deve "andar à volta dos 20 mil milhões de euros" e, por isso, é preciso retirar da banca o volume de crédito, dando possibilidade às empresas de amortizarem as dívidas, "alongando prazos" ou transformando dívida em capital, disse em entrevista ao “Jornal de Negócios”.

"Se isto não for feito, as empresas dificilmente irão obter crédito junto da banca, não recebendo a tempo dos seus clientes, às vezes do próprio Estado, as empresas vão acabar por morrer. Vão morrer, vão causar mais desemprego. Estamos com uma bomba-relógio debaixo dos pés", alerta-

Sendo assim, António Saraiva refere que está preocupado com a "espanholização da banca" sublinhando que a maioria do financiamento das empresas (cerca de 80%) "faz-se via banca", ao contrário do que se verifica nos Estados Unidos.

"Há que alterar este quadro e isso não se faz de um dia para o outro. Isto tem de se fazer com uma banca que esteja preparada para aceitar este desafio", afirma o mesmo responsável.

Em relação ao executivo, António Saraiva critica a falta de ambição do Governo na redução estrutural da despesa, mas, mesmo assim, afirma que a Comissão Europeia não se pode tornar num "factor de instabilidade" aplicando sanções a Portugal, por incumprimento das metas do défice.

"Seria inadmissível a imposição de sanções, que nunca antes foram utilizadas. Muito menos, em nome de um conceito (défice estrutural) discutível, que tem sido criticado. Seria inaceitável", critica o presidente da CIP.

Na mesma entrevista, António Saraiva diz também que a globalização fragilizou a indústria e propõe inverter a situação.

"Estamos no limiar de uma nova realidade industrial e temos sectores de actividade como o têxtil, o calçado, o agro-alimentar e outros que podem ser reapreciados e reposicionados, de modo a termos na nossa indústria e serviços, associados, uma oportunidade para reestruturar, reindustrializar", diz António Saraiva, recordando que a CIP tem em curso o projecto "Política Industrial para o Século XXI" para a validação de ideias para a inovação do sector.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • DR XICO
    16 mai, 2016 LISBOA 12:23
    Este PATRÃO (Ñ EMPRESÁRIO) deve ter acordado agora e saido à rua. No tempo do Passos não abria a boca a ñ ser para fazerem as negociatas de bastidores com o governo de direita, agora tem medo de tudo. Se há crédito mal parado é por culpa dos patrões que pagam ordenados minimos a funcionários uma vida inteira.
  • desiderio
    16 mai, 2016 sagres 11:31
    Ó Saraiva ainda te lembras de como era ser sindicalista? Nessa altura eras um submarino da CIP nos sindicatos. Quanto ao crédito mal parado, melhor dizendo mal parido, há muita gente da CIP que contribuíu, e de que maneira, para os tal 20 mil milhões. Devia era estar calado e mandar os seus associados pagar o que devem!!!
  • Dona Branca
    16 mai, 2016 Cascais 11:07
    80 ou 90% desse crédito mal parado é da única responsabilidade da "kerida banka", é a ela que compete resolver essa bomba relógio, não a deixar explodir! Como? Desde logo deve assumir a sua grande quota parte do problema e não continuar a empurrar tudo para cima das pessoas, dos clientes, disse!
  • Manuel Duarte
    16 mai, 2016 SETUBAL 11:04
    Sobre o artigo do credito mal parado tenho a dizer o seguinte e preciso coragem para ajudar quem precisa e ainda vale a pena e fechar o que nao vale a pena .E por regras duras nos pagamentos e nos tribunais
  • Francisco António
    16 mai, 2016 AMLisbia 10:54
    Oh camarada Saraiva ! Deixai este problema para os bancos e tratai das coisas da CIP !

Destaques V+