03 jun, 2016 - 00:33
A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque reconheceu na quinta-feira à noite no parlamento que gostaria de ter deixado as suas funções governativas com o dossiê Banif resolvido, mas disse ter feito todos os possíveis, embora sem êxito.
“Gostaria muito de ter deixado esse processo resolvido, a bem de todos nós, que somos os contribuintes e que pagamos”, afirmou a antiga governante durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.
E realçou: “Fiz o que podia fazer mas infelizmente não consegui levar esse barco a bom porto”.
Maria Luís Albuquerque disse ainda acreditar que, caso tivesse continuado em funções, o processo seria “concluído, talvez, com algum prejuízo, mas uma parte muito pequena do que aquele com que foi concluído”.
Em 20 de Dezembro, domingo ao final da noite, Banco de Portugal e Governo anunciaram a resolução do Banif, a venda de alguns activos ao Santander Totta e a transferência de outros (muitos deles ‘tóxicos’) para a sociedade-veículo Oitante.
A operação surpreendeu pela dimensão do dinheiro estatal envolvido, que no imediato foi de 2.255 milhões de euros, o que obrigou a um Orçamento rectificativo.
A este valor há ainda que somar a prestação de garantias de 746 milhões de euros e a perda dos cerca de 800 milhões de euros que o Estado tinha emprestado em 2012 e que não tinham sido devolvidos.
No total, e retirando os 150 milhões de euros pagos pelo Totta, os custos para contribuintes podem chegar até 3.600 milhões de euros.