16 jun, 2016 - 11:49 • Henrique Cunha
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O PSD não recua na sua intenção de avançar com uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos. Apesar da onda de críticas, oriundas também do PSD e do CDS, o coordenador do Partido Social Democrata na comissão de Orçamento e Finanças assegura à Renascença que “a decisão foi ponderada e reflectida”.
“O PSD não toma decisões levianas”, garante Duarte Pacheco. “Não é por opiniões de personalidades, mesmo da nossa área política, terem dúvidas sobre a nossa iniciativa que de repente se deixa o rumo que foi traçado”, acrescentou, referindo-se à opinião de Manuela Ferreira Leite.
Na TVI24, a antiga líder social-democrata considerou que a criação de uma comissão de inquérito nesta altura “enfraquece e é prejudicial à imagem da Caixa”.
Também Bagão Félix (CDS), antigo ministro das Finanças, afirma, em entrevista ao jornal “i", que a comissão de inquérito “vai minar a confiança dos portugueses no sistema financeiro”.
Duarte Pacheco compreende as "preocupações". E diz: "[Elas] Têm de estar presentes no desenvolvimento dos trabalhos da própria comissão. Esperemos que todos os deputados tenham sentido de responsabilidade para apurar o que aconteceu em vez de ir fazer ‘chicana política’. Se não forem para ali com manobras dilatórias, mas com a vontade de querer saber o porquê da necessidade de um financiamento tão elevado não tem por que destruir a confiança”, defende Duarte Pacheco.
O social-democrata sublinha ainda que “se alguém tem alguma coisa a esconder não é o PSD”, pelo que “tudo deve ser apurado”. “E se alguém tomou decisões erradas, levianas, porventura criminosas, têm de ser apuradas responsabilidades. Não se pode brincar com o dinheiro dos contribuintes”, afirma.
Na quarta-feira, o líder da bancada social-democrata, Luís Montenegro, anunciou, durante o debate quinzenal, que o PSD vai impor a constituição de uma comissão de inquérito parlamentar para "apurar responsabilidades de governos e de administrações" em relação à Caixa. "O país está interessado em saber a verdade", defendeu.
O PS considerou a decisão uma irresponsabilidade. Agora, o PSD apela à responsabilidade dos deputados que vierem a integrar a comissão de inquérito.