30 jun, 2016 - 18:34
O líder do PSD estima que o plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos poderá não vir a necessitar nem de metade dos cinco mil milhões de euros que são falados na comunicação social.
"A minha perspectiva, com o conhecimento que tenho, é que a Caixa não precisa de 5 mil milhões de euros e, porventura, não precisará de metade disso para cumprir a sua missão. É a minha opinião, mas hoje não sou primeiro-ministro", afirmou o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, remetendo uma resposta concreta para o actual chefe do Governo e o ministro das Finanças.
Passos Coelho, que falava durante um almoço com empresários promovido pelo Internacional Club of Portugal, renovou os apelos para que o executivo socialista esclareça o que pretende fazer com a recapitalização do banco público, porque a indefinição fragiliza a instituição e mesmo a posição de todos os outros bancos.
"Os senhores sabem que a melhor maneira de deitar abaixo um banco é enraizar a ideia que ele não é capaz de resolver os seus compromissos", disse, recordando o que aconteceu com o Banif depois de uma estação de televisão falar numa "corrida aos depósitos" porque o banco ia ser resolvido.
"Se nós começamos a criar dúvidas sobre esta matéria, o resultado será grave", insistiu.
Depois de ter avisado de que não era uma pessoa de "paninhos quentes" e preferia um estilo "pão, pão, queijo, queijo", em vez de "dourar a pílula", Passos Coelho recuou até 2011 e, ainda a propósito da recapitalização bancária, disse que o Governo dispunha na altura de um "envelope financeiro" para essa situação que valia 12 mil milhões de euros.
Segundo o Banco de Portugal, disse, na altura para fazer uma recapitalização "robusta" eram necessários entre 40 a 50 milhões de euros, verba que o Estado não tinha.
"Nós fizemos a recapitalização com base no envelope financeiro de que dispunhamos e os bancos fizeram uma parte do seu trabalho que foi a limpeza de balanços durante quatro anos", referiu, adiantando que a Caixa "limpou" quase cinco mil milhões de euros em balanço.
A situação, continuou, não foi ideal, mas a verdade é que o Estado não tinha mais do que 12 mil milhões de euros.