08 jul, 2016 - 11:34
Veja também:
Multa a Portugal pode ser "zero" mesmo que ministros avancem com procedimento
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou que eventuais sanções a Portugal seriam "extremamente injustas" para o povo português, referindo que o mais útil nesta altura seria "acabar com a discussão e andar em frente".
"Penso que sobre as sanções da União Europeia, as notícias que tivemos foram positivas. Esse processo está a ter um bom encaminhamento e há uma atitude sensata por parte dos países do União Europeia", disse após uma visita à Siderurgia Nacional, no Seixal.
Manuel Caldeira Cabral afirmou que agora é preciso ver a evolução do processo, mas defendeu que as sanções seriam "extremamente injustas".
"Estariam a avaliar o trabalho do Governo anterior. Podemos discutir se os resultados foram melhores ou piores, mas houve um enorme esforço e sacrifício dos portugueses, com alguns resultados, e seria muito injusto penalizar o povo português", salientou.
O ministro da Economia referiu que o mais importante é "olhar para o futuro" e acabar com a discussão sobre o tema.
"Vamos ver o que vai ser decidido, poderá ser uma punição simbólica. Penso que seria mais útil acabar com esta discussão, andar em frente e reconhecer que se fez um sacrifício e esforço com alguns resultados. O Governo continua com um processo de consolidação, empenhado em pôr as contas públicas em ordem e em diminuir o endividamento do país", concluiu.
A Comissão Europeia anunciou na quinta-feira que lançou processos de sanções a Portugal por não ter tomado "medidas eficazes" para corrigir os seus défices excessivos, passando a palavra aos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin). Estes devem pronunciar-se já na reunião de terça-feira sobre aquele parecer e apresentar no prazo de 20 dias uma proposta de multa a aplicar.
Portugal encerrou 2015 com um défice de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mas excluindo a recapitalização do Banif esse valor cai para 3,2% (segundo Bruxelas), o que fica 0,2 pontos percentuais acima dos 3,0% previstos nas regras europeias.