03 set, 2016 - 14:06
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou-se hoje confiante que o défice orçamental ficará este ano "abaixo dos 2,5%", tendo por base a "enorme melhoria" registada no primeiro semestre e os "vários meses" ainda pela frente.
"Temos dados permanentes da execução orçamental e o que demonstram é que estão em linha com aquilo que tínhamos projectado. Portanto estamos confiantes que [o défice] não só ficará claramente abaixo dos 3%, como ficaremos abaixo dos 2,5% que nos fixou a União Europeia", afirmou Costa, à margem de uma visita à comitiva de empresas portuguesas que, de sábado a terça-feira, participam na feira de calçado MICAM em Milão, Itália.
Na nota da execução orçamental até Julho, a que a agência Lusa teve acesso na sexta-feira, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que, no primeiro semestre deste ano, o défice orçamental se tenha situado nos 2,7% do PIB [Produto Interno Bruto], em contas nacionais, uma "melhoria face ao período homólogo", mas alerta para "pressões orçamentais" no segundo trimestre.
A UTAO estima que o défice das administrações públicas em contabilidade nacional (a que conta para Bruxelas) "se tenha situado entre 2,2% e 3,2%" do PIB até Junho.
Confirmando-se a projecção agora avançada pelos técnicos independentes que apoiam o parlamento, entre Janeiro e Junho deste ano "o défice deverá ter registado uma redução de 1,9 pontos percentuais do PIB face a idêntico período do ano anterior", depois de ter diminuído 2,3 pontos percentuais em termos homólogos nos primeiros três meses do ano.
Segundo António Costa, a nota da UTAO reconhece "que houve uma enorme melhoria" entre o primeiro semestre de 2015 e os primeiros seis meses deste ano, apontando "aquilo que é óbvio": "Que há um segundo semestre ainda por percorrer e temos vários meses pela frente".
"A recomendação da UTAO é a que qualquer médico dará a todos nós: 'Não abuse dos doces, senão isso fará mal à sua saúde'. A UTAO diz que correu bem o primeiro semestre e que é preciso que corra bem o segundo semestre para chegarmos ao final do ano no ponto em que queremos. E vamos chegar", sustentou, baseando esta convicção numa "questão de confiança e de conforto".