19 set, 2016 - 17:53
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, não se compromete com um montante a partir do qual taxar património imobiliário, argumentando que será dirigido ao luxo, protegendo “as pessoas que não são milionárias”, com habitação própria ou de férias.
“Dentro deste critério, de proteger todas as pessoas que não são milionárias mas que têm uma segunda casa, que herdaram, etc, mas também com o critério de que deve servir para alguma coisa e não para toda a gente continuar a fugir, é que se irá debater os montantes”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas, após uma visita a uma escola, em Lisboa.
A coordenadora bloquista disse que a “direita está desorientada” e tem tentado fazer “um falso debate”, quando “o que está em cima da mesa é como é que o património imobiliário de luxo poderá ser chamado a contribuir para os impostos do país”.
“Fico chocada quando vejo pessoas como [o presidente da Câmara do Porto] Rui Moreira acharem que é um saque tributar-se muito ligeiramente o património de luxo quando estiveram calados quando o IRS aumentou brutalmente e com isso baixou brutalmente os salários e as pensões das pessoas”, defendeu.
“Famílias com altos rendimentos milionários criados nos últimos anos que fugiram aos impostos, através do seu património imobiliário de luxo, podem ser chamadas finalmente a contribuir para o país. Isso é bom para nos permitir ter a folga para aumentar as pensões mais baixas, por exemplo. É de elementar justiça e tem de ser feito”, sublinhou.