Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Crise afectou sobretudo famílias numerosas

19 set, 2016 - 17:01

Carlos Farinha Rodrigues, autor de um estudo apoiado pela fundação Francisco Manuel dos Santos, diz que o programa de ajustamento foi, em si, desigual e afectou sobretudo as famílias mais desprotegidas.

A+ / A-

A crise deixou em situação de pobreza um em cada três dos portugueses, sendo as crianças de famílias grandes as que foram mais afectadas.

As conclusões surgem num estudo sobre a desigualdade em Portugal, apresentado esta segunda-feira em Lisboa. Segundo este trabalho, apoiado pela fundação Manuel Francisco dos Santos, entre 2009 e 2014 surgiram 116 mil novos pobres em Portugal, um em cada três portugueses viveram na pobreza pelo menos durante um ano.

Segundo o coordenador do Estudo, Carlos Farinha Rodrigues, não foi a classe média a mais afectada.

“A forma concreta como o Programa de Ajustamento em Portugal foi feito, foi em si mesmo muito desigual. E penalizou, essencialmente, as famílias mais desprotegidas”, diz.

“Enquanto os 10% mais pobres tiveram, entre 2009 e 2014 uma quebra nos seus rendimentos de quase 25%, as restantes famílias tiveram quebras muito menores, praticamente metade, 12 ou 13%. Portanto este processo de ajustamento foi extremamente penalizador para os mais pobres, mas foi também extremamente penalizador para alguns grupos sociais específicos.”

Contas feitas, quem perdeu mais com as políticas de austeridade aplicadas durante a crise foram precisamente as famílias numerosas.

“Se nós podemos dizer que grande parte da população perdeu, porque houve um processo de empobrecimento, de diminuição generalizada de rendimentos, houve alguns sectores que foram particularmente atingidos pela crise. E neste contexto ganha, na minha opinião, particular relevância as famílias alargadas, com crianças. Foram aquelas onde se registou maior agravamento da pobreza.”

O estudo, que contou ainda com o apoio do “Expresso” e da SIC, revela que uma em cada quatro crianças portuguesas estava em situação de pobreza em 2014. A crise atingiu ainda os jovens, os licenciados e os mais pobres entre os pobres.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • graciano
    19 set, 2016 alemanha 21:33
    estavam em crise e entao agora ja nao estao--- ha ja entendi mudou o governo acabou a crise e a pobreza--- agora nesse pais ja ha dinheiro para tudo kkkkkkk

Destaques V+