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Ambientalistas querem proibir venda de carros poluentes a partir de 2030

12 out, 2016 - 23:43

Venda de carros eléctricos está a subir a nível mundial. Em Portugal as vendas subiram 43% nos primeiros seis meses deste ano.

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A Zero defendeu esta quarta-feira a proibição da venda de automóveis novos a gasolina e gasóleo em 2030, para apostar no fim das emissões. A Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável apelou ao Governo e aos partidos políticos para que "decidam desde já marcar fortemente a agenda de descarbonização de Portugal, através de uma decisão que conduza à proibição em 2030 da venda de automóveis novos que não tenham emissões locais iguais a zero".

Por seu lado, a Quercus salientou que a mobilidade eléctrica "poderá e deverá ser uma das soluções para resolver os problemas de qualidade do ar e ruído nas áreas urbanas" e realçou o incentivo à sua promoção enquanto "meio de transporte individual, mas também ao nível das frotas públicas e privadas".

As associações ambientalistas transmitem as suas posições a propósito da divulgação de um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente a prever que as estradas europeias terão 500 mil veículos eléctricos no final de 2016, depois das vendas terem duplicado no ano passado, apesar de representarem somente 1% do mercado.

Em Portugal somente 0,7% dos carros novos vendidos são eléctricos, mas as vendas estão a aumentar. Nos primeiros seis meses do ano, subiram 43%.

Os automóveis são responsáveis por 15% das emissões de dióxido de carbono da Europa e são a maior fonte de emissões no sector dos transportes, um dos mais problemáticos no que respeita à tarefa de combater as alterações climáticas. Em Portugal, o sector dos transportes é responsável por cerca de um quarto do total das emissões.

Ao pedir automóveis sem emissões, a Zero lembra que os parlamentos da Holanda, Noruega e Alemanha recomendaram, "de forma praticamente vinculativa", esta proibição - para 2025, nos dois primeiros países e para 2030 no terceiro.

A associação liderada por Francisco Ferreira aponta ainda que os veículos eléctricos carregados com eletricidade produzida com baixas emissões, a maioria de fontes renováveis, é uma das principais opções para reduzir as emissões no transporte rodoviário de passageiros.

Mais incentivos fiscais

No âmbito do Orçamento do Estado para 2017, a Zero propôs maiores incentivos fiscais, nomeadamente ao abate e aquisição de veículos eléctricos, com os valores a voltarem a níveis de 2015, ou seja, 4.500 euros, além de os particulares também puderem ter algum benefício fiscal em sede de IRS.

Apesar da redução dos incentivos fiscais à mobilidade eléctrica, no início do ano, a Quercus considera positiva a tendência crescente nas vendas de veículos eléctricos e híbridos 'plug-in', "um sinal de que os portugueses estão a aderir cada vez mais a esta forma de mobilidade sustentável".

Mas, "os maiores obstáculos para a adopção da mobilidade eléctrica em Portugal continuam a ser o preço de venda e a autonomia dos veículos", salientou a associação ambientalista liderada por João Branco.

A nível europeu, a Quercus defende a definição de limites de emissão de dióxido de carbono ambiciosos para os novos veículos em 2025, uma maior rapidez na implantação da rede de infraestruturas da mobilidade elétrica, a proibição da circulação de veículos a gasóleo no centro das cidades e o fim dos impostos, ou a sua redução, nos veículos eléctricos a bateria.

Comentários
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  • ADISAN
    13 out, 2016 Mealhada 15:36
    Eu já esperava que isto seria obrigatoriamente discutido também em Portugal. Na verdade o parlamento alemão (Deutsche Bundestag) já vem discutindo este problema desde há algum tempo. Mas atenção que só se têm referido a "PKW", portanto a automóveis ligeiros. Por outro lado, eu creio que, por princípio, isso até será possível, mas não creio que seja fácil de concretizar, pois os vários impostos sobre os combustíveis são uma das maiores fontes de receitas de cada Estado. Ponhamos os olhos no tabaco ... Toda a gente sabe que o tabaco é bastante prejudicial à saúde, todavia ainda não conseguiram acabar com ele. Preferem aumentar-lhe os impostos.
  • AM
    13 out, 2016 Lisboa 11:53
    Será possivel tanto disparate? Abolir o fumo, de acordo, os autocarros da carris, já o demonstram há muito tempo, E mais? E camiões carregados, a andar a pilhas? Prefiro acreditar no Pai Natal! Como exemplo, a Mitsubishi anda a mostrar a "Canter" a pilhas, (nada a ver), e mais os carrinhos dos CTT a pilhas, e que depois tem de ir uma furgon buscar o carrinho, porque não tem corrente para voltar á estação... Eu já vi o assunto...,não é conversa fiada.

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