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CDS insiste: este é "um Orçamento de austeridade"

20 out, 2016 - 20:25

Assunção Cristas esteve em Belém para uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa sobre o Orçamento do Estado para 2017.

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A presidente do CDS, Assunção Cristas, salienta que o seu partido contesta o Orçamento do Estado para 2017, que considera "um Orçamento de austeridade", mas tem "o arrojo" de apresentar propostas que exemplificam "um caminho alternativo".

"O senhor Presidente sabe bem que o CDS está do lado daqueles que querem sublinhar as opções erradas da governação, é o nosso papel enquanto oposição, que queremos ser firme e muito presente. Mas também sabe que o CDS conta com propostas positivas, alternativas, que procurem pelo menos de forma exemplificar mostrar qual seria um caminho alternativo", afirmou.

A presidente do CDS-PP deu como certa a aprovação da proposta de Orçamento pela actual maioria de esquerda, apesar de "algumas notas dissonantes" e de "algum ruído". "Vão todos ser responsáveis por um Orçamento que, na perspectiva do CDS, é um Orçamento de austeridade", declarou.

Assunção Cristas contestou em particular a política fiscal: "Há quatro novos impostos, há nove impostos que têm uma subida e em relação ao IRS que era a grande esperança não vemos nenhuma mexida nos escalões do IRS, pelo contrário, há uma actualização abaixo da inflação".

"E vemos a sobretaxa que tem uma pequeníssima diminuição e que só se sentirá já mais no final do ano", criticou.

Questionada se o CDS-PP queria que houvesse uma alteração aos escalões do IRS, Assunção Cristas respondeu que o "enorme aumento de impostos" atribuído ao anterior Governo "essencialmente tinha a ver com dois aspectos: com os escalões do IRS e com a sobretaxa".

"Os escalões do IRS não são mexidos por este Governo, mantêm-se, pior, com algum agravamento [face à inflação]" e "em relação à sobretaxa não houve o cumprimento da promessa", apontou, em seguida.

Instada a esclarecer o que faria o CDS-PP nesta matéria, Assunção Cristas disse que o seu partido é a favor de um "desagravamento das medidas excepcionais" feito "com gradualismo ao longo de toda a legislatura", acompanhado por "medidas concretas de estímulo ao crescimento económico" como a redução do IRC.

"Com crescimento seria possível - com maior ou menor rapidez, dependeria desse próprio crescimento - fazer um desagravamento fiscal de IRS e começando pela sobretaxa", sustentou.

Para além de contestar a política fiscal, a presidente do CDS-PP alegou que o Orçamento para 2017 "denota alguma insensibilidade social", por não actualizar as pensões mínimas, sociais e rurais como faz com as restantes, e não promove o investimento e as exportações.

O CDS já apresentou quatro propostas e vai apresentar mais, porque é um partido que "sinaliza o que está mal, mas que tem também o arrojo de querer fazer uma política pela positiva", com "um exemplo aqui, outro exemplo ali", disse.

"Não podemos refazer um Orçamento do Estado, mas não desistimos de fazer uma abordagem positiva", reforçou.

Assunção Cristas falava aos jornalistas no final de uma audiência no Palácio de Belém, convocada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que entre hoje e sexta-feira está a ouvir os partidos com assento parlamentar sobre a proposta de Orçamento para 2017 e a situação política.

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  • paulo
    20 out, 2016 angra 23:55
    ó ribeiro e entao o aumento dos impostos indiretos? nao é so as balas e a coca cola
  • portugues
    20 out, 2016 portugal 23:41
    Já não te lembras que aumentaste as rendas para valores que não se podia pagar, ou isto não é austoridade, o pobre é que tem as rendas por pagar, sua incompotente.
  • RIB
    20 out, 2016 PORTO 22:05
    Os políticos para sobreviverem fazem cada pirueta que nem no circo. Quando estão na oposição só têm soluções para os males que os que governam cometem. Enquanto governo a oposição não conta para nada. Foi exatamente o que aconteceu nos últimos quatro anos onde o CDS formou governo. O sr portas adorava falar nos partidos do "arco da governação" e quando proferia esta frase até parece que crescia. Agora aguentem-se e continuem a mandar palpites pode ser que algum incauto ainda escorregue na maldita casca de banana.
  • Ribeiro
    20 out, 2016 Angra do Heroísmo 22:01
    Vão gozar com outro. Taxar balas é austeridade? Taxar coca-cola é austeridade? Taxar casas de mais de 600 mil euros é austeridade?
  • José Gomes L
    20 out, 2016 Lisboa 20:38
    A verdade é que os impostos indiretos vão ao bolso das pessoas mais pobres. Não tenham dúvidas, em 2017 no fim de cada mês vai faltar mais dinheiro do que agora.

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