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Um euro por mês igual a 200 medicamentos para os mais pobres

08 nov, 2016 - 08:50

Analgésicos, medicamentos contra a tuberculose, o HIV ou para combater o cancro, bem como vacinas compõem o cabaz da revista médica “The Lancet”.

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Se uma pessoa doasse entre um e dois dólares (entre 90 cêntimos a 1,80 euros) por mês, todos os habitantes dos países de rendimento médio e baixo poderiam ter acesso a 201 medicamentos essenciais.

A conclusão é de um estudo divulgado na segunda-feira pela revista médica “The Lancet”, segundo o qual existe uma “urgência de financiamento adicional para satisfazer as necessidades básicas de cuidados de saúde”, uma vez que um em cada cinco países gasta menos do que aquele valor em medicamentos.

O documento foi produzido por 21 peritos internacionais e faz recomendações a governos, organizações não-governamentais, instituições de saúde, agências de regulação do medicamento e indústria farmacêutica.

Classificada como a Comissão Lancet sobre Medicamentos Essenciais, a análise ilustra "desigualdades e ineficiências massivas" no financiamento e na gestão entre regiões, prejudicando o acesso a medicamentos a muitas pessoas.

Preço e qualidade

O grupo usou estatísticas sobre a prevalência de doenças, o consumo e o preço de medicamentos para calcular o custo do acesso a um cabaz de medicamentos essenciais. O resultado foi entre 77,4 mil milhões de dólares e 151,9 mil milhões de dólares por ano (entre 70 mil milhões e 137 mil milhões de euros), o equivalente ao intervalo entre 12,9 e 25,4 dólares (11,6 e 22,9 euros) por pessoa.

"Estimativas recentes sugerem que o gasto médio total nos países de baixo rendimento foi de 8,6 dólares por pessoa e por ano", segundo a “The Lancet”. A maior parte desta verba provêm dos orçamentos das famílias, mais do que dos governos.

Nos países de baixos e médios rendimentos, as famílias pobres gastam cerca de 9,5% do seu rendimento em medicamentos. Os mesmos agregados nos países ricos gastam 3,5%.

Por outro lado, nos países de baixo rendimento nem todos os medicamentos têm qualidade. Em 2013, estima-se que medicamentos de pobre qualidade para a malária tenham provocado a morte a 120 mil crianças na África subsariana.

Por vezes, é uma questão de negligência, outras, de "práticas desonestas".

Um cabaz de medicamentos essenciais possível de adquirir com cerca de um euro inclui analgésicos (como morfina), drogas contra as doenças infecciosas (como tuberculose, HIV ou malária), tratamentos para situações crónicas, como cancro ou diabetes, além de vacinas e contraceptivos.

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