12 nov, 2016 - 11:17 • João Carlos Malta
O primeiro-ministro, António Costa, garantiu este sábado que todas as garantias dadas à nova equipa de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foram cumpridas e aceites pelo Tribunal Constitucional, pelo Governo e pelo Presidente da República.
“As únicas garantias que deviam ser dadas [à administração da CGD] foram as que foram dadas e cumpridas”, disse António Costa aos jornalistas.
O chefe do Governo voltou a salientar que António Domingues e a equipa que lidera devem cumprir as suas obrigações e que deve ser o Tribunal Constitucional a garantir que são cumpridas. “Ninguém está acima da lei”, referiu.
Mas salientou também que a administração da Caixa Geral de Depósitos tem o direito de “defender os direitos que entendem ter”.
Segundo o Expresso deste sábado, Costa e Marcelo Rebelo de Sousa já pensam em alternativas a António Domingues. O semanário noticia que circulam nomes como os de Paulo Macedo (ex- director-geral de Impostos e ex-ministro da Saúde), Nuno Amado (presidente executivo do BCP) e Carlos Tavares (presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários).
Costa excluiu a hipótese de existência de um plano alternativo para a CGD e disse que os jornalistas têm uma obsessão por planos B. “Não há nenhum plano B para a Caixa. Não há razão para polémica”, garante.
Para o líder do Governo socialista, o que é importante é que o plano de capitalização da CGD se concretize, mas não deu certezas de que seja com António Domingues ao leme. “Espero que [a capitalização] seja com esta administração”, disse apenas.
O primeiro-ministro entende que o mais importante, no caso da CGD, foi alcançado pelo Governo. Ou seja, garantir um plano de recapitalização pública, “algo que muitos não acreditavam ser possível".
Passos acusa Costa de falta de liderança
O líder do PSD acusou o Governo de querer "lavar as mãos" da polémica relativa à recusa dos administradores da Caixa em entregarem as declarações de rendimentos, considerando que é um problema do Governo e não da Justiça.
"Foi o Governo e o primeiro-ministro que fizeram a lei e convidaram a administração, não pode agora [António Costa] lavar as mãos e dizer que isso é com a Justiça. Isso é com ele, é com o Governo, não pode ser de outra maneira", defendeu o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, em declarações aos jornalistas à entrada de um encontro da "Trilateral Commission", que decorreu num hotel de Lisboa.
Momentos antes, o primeiro-ministro, António Costa, que também participou no encontro da "Trilateral Commission", tinha tido à comunicação social que é ao Tribunal Constitucional que cabe fiscalizar se a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) cumpre as suas obrigações.
(notícia actualizada às 14h35)