17 nov, 2016 - 19:18
A base aérea do Montijo deve começar a ser usada como espaço “temporário”, para estacionar aeronaves, e funcionar como aeroporto no Verão de 2018, defende accionista da TAP David Neeleman.
O empresário tem feito "muita pressão" para que "a Força Aérea, o Governo e a ANA [Aeroportos de Portugal] se sentem à mesa e resolvam” os constrangimentos ao crescimento da TAP pela falta de espaço em Lisboa.
Em declarações aos jornalistas à margem do 28.º Congresso da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), em Ponte Delgada, David Neelman disse que há muitas aeronaves estacionadas em Lisboa, “que podem ser mudadas” para o Montijo..
Questionado se a TAP pretende usar o Montijo para estacionar aviões, o accionista afirmou: "Estou a falar da Eurotlantic. Tem muitas aeronaves lá estacionadas. Se quer estacionar mais, um dia talvez tenha que mudar para o Montijo. Não se pode usar espaço [para estacionar] que está sendo usado pelas empresas que estão a trazer pessoas [turistas] para Portugal. Ninguém quer isso. Devem-se mudar as aeronaves que não estão a ser usadas e deixar-se o aeroporto para quem o está a usar para trazer pessoas".
Já sobre a possibilidade de as companhias 'low-cost' virem a recusar mudar-se para o Montijo, nomeadamente em rotas que concorrem com a TAP, se a sua companhia não for também, David Neeleman ressalva que quem "quer crescer vai ter que ir para lá".
“O Montijo é um local bom, é perto de Lisboa", sublinha.
TAP quer triplicar voos para os EUA
O objectivo da TAP é ter 70 voos semanais para os Estados Unidos nos próximos três anos, o que significa mais do que triplicar as actuais 23 ligações por semana, revelou David Neeleman.
"As ilhas dos Açores têm e vão ter muito interesse para as pessoas dos Estados Unidos da América", disse aos jornalistas.
"Nos EUA ninguém conhece Portugal. É muito difícil encontrar lá alguém que conheça Portugal (...)", acrescentou o responsável, que tem nacionalidade norte-americana e brasileira, constatando, por isso, que "os Açores têm muito espaço para crescer" naquele continente.
Segundo o accionista da TAP, no ano passado a companhia tinha oito voos por semana para os EUA e agora tem 23. "Este número eu quero aumentar até 70 por semana nos próximos três anos", disse.
"Quero uma estratégia partilhada entre a Jet Blue [que tem os seus voos em JFK em Boston] e a TAP. O objectivo é ter uma oferta forte para o mercado americano principalmente no inverno [Fevereiro-Abril]. A TAP precisa e Portugal também", explicou ainda, acrescentando que "o que falta a Portugal é acessos a mercados".
David Neeleman lembrou ainda, já durante a sua intervenção no congresso, que o que impulsionou a TAP nos últimos anos foi o mercado brasileiro.
"Agora temos o Brasil e podemos ter os EUA. Portugal está longe do centro da Europa, está longe de tudo, com excepção de algumas cidades espanholas. Mas é o país da Europa mais perto dos EUA, depois de Dublin", disse.