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“Desastroso”, “trapalhada” e “escandaloso". Os adjectivos e os substantivos da Caixa

17 nov, 2016 - 09:25

Os salários dos novos administradores da Caixa Geral de Depósitos e o impasse gerado relativamente à apresentação das suas declarações de património e de rendimentos ao Tribunal Constitucional tem sido objecto de polémica. Recorde aqui algumas frases.

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“Todo este ruído acerca da [nova administração da] Caixa Geral de Depósitos é extremamente negativo. Para além do seu programa de recapitalização, a CGD precisa de estabilidade e precisa de entrar em pleno funcionamento. E este ruído ensurdecedor é profundamente negativo. É tempo de acabar com ele. É tempo de se decidir em definitivo tudo o que eventualmente está pendente. É uma preocupação de todo o sistema e é chegada a hora de pôr um ponto final a todas estas questões.” Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, na Renascença (17/11/2016)

“Se qualquer pessoa, seja qual for o cargo que exerce, tem direito ao respeito do círculo íntimo da vida privada, sem dúvida quem exerce um cargo público já não tem propriamente direito a um sigilo relativamente a esses aspectos da sua vida.” Jorge Miranda, constitucionalista, no Diário de Notícias (16/11/2016)

“Parece que anda tudo sem rei nem roque. Não há quem mande? Não há quem tenha coragem de dizer o que se deve fazer?” Pedro Passos Coelho (05/11/2016)

“O Governo não se portou de forma clara e transparente [no caso da Caixa Geral de Depósitos] e permitiu esta enorme trapalhada.” João Paulo Batalha, dirigente da Transparência e Integridade Associação Cívica, no Público (15/11/2016)

"O dossier Caixa foi gerido desastrosamente, desde a nomeação da administração. O único banco público e o principal banco português está sem uma gestão no terreno, embora em plenas funções, e ainda estarmos a assistir a estes episódios - entrega, ou não entrega, demite-se ou não se demite. Enfim, tudo isto é caricato, não foi gerido, na nossa opinião, da melhor forma." António Saraiva, presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, na Renascença (14/11/2016)

“O Tribunal Constitucional é a entidade competente para dizer quais são os deveres que existem [para a administração da Caixa Geral de Depósitos], entendeu notificá-los, deu um prazo para responderem, para apresentarem o seu ponto de vista e é isso que deve decorrer normalmente.” António Costa, primeiro-ministro (12/11/2016)

“Sobre a Caixa Geral de Depósitos estamos perante uma novela que nunca devia ter começado. Ninguém percebe por que razão não se faz a entrega da declaração de rendimentos [já que] quem não deve não teme.” Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP (12/11/2016)

“Aos gestores da CGD não se aplica o estatuto de gestor público, mas ele têm de apresentar a declaração de rendimentos porque a lei de 1983 (…) diz isso mesmo, e essa não foi alterada.” Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, à TSF/Diário de Notícias (07/11/2016)

“A finalidade do diploma de 1983 afigura-se ser, neste particular, a de obrigar à mencionada declaração todos os gestores de empresas, com capital participado pelo Estado, e em cuja designação tenha intervindo o mesmo Estado, estejam ou não esses gestores sujeitos ao Estatuto do Gestor Público. À luz desta finalidade, considera-se que a obrigação de declaração vincula a administração da Caixa Geral de Depósitos.” Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República (04/11/2016)

“Estes administradores [da Caixa Geral de Depósitos] têm a obrigação de respeitar aquilo que é a exigência aos políticos e aos altos cargos da administração pública. Não pode haver aqui uma excepção. Aqui não pode haver filhos nem enteados.” Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP (31/10/2016)

“É absolutamente escandaloso que o presidente da Caixa se dê ao luxo de afirmar publicamente que não cumpre essa disposição legal e o Governo lave daí as mãos dizendo que não é nada consigo.” Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, à agência Lusa (29/10/2016)

“Não pode estar à frente da CGD quem não quiser cumprir deveres de transparência sobre os seus rendimentos.” Catarina Martins, coordenadora do BE (28/10/2016)

“Não há nenhuma falta de escrutínio nem de controlo sobre o que quer que seja na CGD. O accionista Estado tem conhecimento perfeito da matéria que está em cima da mesa, o supervisor também.” Mário Centeno, ministro das Finanças (27/10/2016)

“A ideia é a CGD ser tratada como qualquer outro banco e essa foi a razão para que fosse retirada do Estatuto do Gestor Público. Está sujeita a um conjunto de regras mais profundo, como estão todos os bancos. Não faz sentido estar sujeita às duas coisas.” Nota do Ministério das Finanças, justificando a não obrigatoriedade de entrega de declaração de rendimentos dos gestores da CGD no Tribunal Constitucional, no Expresso (25/10/2016)

“O Governo desobrigou os gestores da CGD [de três exigências comuns aos gestores públicos]: Todos eles, estão obrigados, no início de funções, a fazer três declarações: uma para o Tribunal Constitucional (sobre os rendimentos), outra para a Procuradoria-Geral da República (sobre incompatibilidades e impedimentos) e uma terceira para a Inspecção Geral de Finanças (sobre participações que detenham em qualquer empresa). Ou isto é um lapso e tem de ser corrigido, ou isto é intencional e é gravíssimo.” Marques Mendes, antigo líder do PSD, na SIC (23/10/2017)

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  • Inadmissivel
    17 nov, 2016 Aveiro 18:58
    Isto é pura negligência.Ao que assistimos vemos os miseráveis resultados com pessoas que se julgam detentores da maior sabedoria. Aqueles lugares não são como têm sido até aqui, mas sim por concurso.
  • Só visto
    17 nov, 2016 Lisboa 18:43
    O estado neste caso despreza o bem dos depositantes. De quem é a culpa se esta instituição falir. Não há culpados. Quer dizer que tudo está uma maravilha. Para já o dinheiro que esses sujeitos vão ganhar ultrapassa todos os limites dada a situação da Caixa Se não há concursos para ocupar esses lugares então há compadrios amizades politiquices . Isto nunca servirá os depositantes. Tantos ministros das finanças e deixaram que se chegasse a este ponto.
  • ESCANDALOSO
    17 nov, 2016 Lisboa 18:20
    A VERGONHA DE PORTUGAL É ASSIM QUE DEIXAM CHEGAR UM BANCO PÚBLICO AO CAOS. SENHORES DIRIGENTES QUE RESPONSABILIDADE PUSERAM NUM CASO DESTES . DIRIGIR UM BANCO PÚBLICO TEM QUE SER POR CONCURSO E NÃO DAR ORDENADOS ASTRONÓMICOS QUE NÃO TÊM NADA A VER COM A REALIDADE PORTUGUESA.
  • COSTA ILUSIONISTA
    17 nov, 2016 Lx 15:56
    Onde andam o Costa e o Centeno esses ilusionistas ? Desapareceram ou querem passar pelos pingos da chuva? Uns verdadeiros artistas político sempre a sacudir a água do capote...A culpa é sempre dos outros e não do acordo feito pelo governo do vendedor da banha da cobra chamado Costa que não explica e espera que os Administradores caiam de maduros. Espero que os Administradores se demitam e contem a verdade toda ao povo que vai colocar mais de 5 biliões de euros na Caixa e gosta e não se revolta....
  • COSTA ILUSIONISTA
    17 nov, 2016 Lx 15:51
    A trapalhada é monumental ams tem rosto e esse rosto chama-se governo de Portugal. Ainda não foi explicado que acordo foi feito entre os administradores e o Costa e seu Ministro Centino..:Seria bom explicar e não foi nunca explicado.Espero que os gestores se demitam e contem a verdade para ver quem são os rostos da trapalhada monumental a que assistimos. Mas os populistas do BE e do PCP agora encolhem as garras e fazem de conta que nada se passa.A culpa não é do desgoverno mas sim da Europa, dos malandros dos países do Norte e da gestão da CGD...Uma tristeza estes populistas esquerdelhos do pior, gente sem nível ou com um nível muito rasteiro mesmo...
  • A. Neves
    17 nov, 2016 Santarém 12:54
    Só desejo que o serviço de finanças fiscalize bem os rendimentos e o valor patrimonial destes tipos. Que paguem os seus impostos tal e qual como qualquer funcionário público.
  • MARIO ALMEIDA
    17 nov, 2016 Aves 12:23
    vergonha
  • João
    17 nov, 2016 Coimbra 12:18
    VERGONHOSO, também devia constar...
  • 17 nov, 2016 lisboa 12:14
    O problema é que é o zé povinho a pagar esta trapalhada mais negócios ruinosos sabe-se lá porquê, tudo sem que ninguém seja julgado. Mas diga-se a verdade...., o povo tem o que merece, ninguém se indigna com tudo isto, o povo come e consente!!!
  • Dr Xico
    17 nov, 2016 Lisboa 11:43
    Tem de ser um grande TACHO, para os gestores não se terem demitido já, depois dos puxões de orelhas do PR e do 1º ministro, só podem estar mesmo a mamar muito. CGD dá para tudo, ele é Vara rico, gestores sem responsabilidades técnicas ou morais depois dos prejuízos, e lá vão + 5MMilhõs dos nossos bolsos, até o PCP e BE está calado.

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