19 nov, 2016 - 10:57
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A Caixa Geral de Depósitos teve prejuízos de 189,3 milhões de euros nos primeiros noves meses do ano. No mesmo período do ano passado, registou um lucro de 3,4 milhões de euros.
A informação consta do relatório do banco, publicado na noite de sexta-feira no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e segundo o qual na origem dos prejuízos está a redução da actividade doméstica. A melhoria da actividade internacional ajudou a que os números não fossem piores.
O documento refere também que a Caixa fechou o terceiro trimestre com menos 44 balcões e menos 582 trabalhadores face ao mesmo período de 2015.
Garantias por email?
O banco público tem estado envolvido numa polémica por causa da recusa dos administradores em divulgarem as declarações de rendimentos e este sábado de manhã há dois jornais que garantem que terá sido por email que o Ministério das Finanças assegurou ao presidente da Caixa Geral de Depósitos que a nova administração não teria de apresentar declarações de rendimentos e de património no Tribunal Constitucional.
A questão foi levantada pelo deputado do CDS António Lobo Xavier num programa da SIC Notícias, durante o qual afirmou que “uns senhores que tinham belíssimos lugares nos sítios onde estavam, e onde poderiam estar muito tempo, foram desafiados pelo governo para tratar da Caixa. Puseram as suas condições, como acontece sempre, e foi-lhes prometido, até lhes foi escrito" que não teriam de apresentar as suas declarações de rendimento.
Lobo Xavier, que também é administrador do BPI, banco donde saiu António Domingues para a Caixa, desmentia assim a versão do Governo, que negou a existência de qualquer acordo com a nova administração do banco público.
O PSD, por seu lado, decidiu entregar dois requerimentos no Parlamento: “Um ao ministro das Finanças e outro ao presidente da Caixa, para que informem o Parlamento sobre quem, quando e com que fundamento foi celebrado esse acordo, independentemente de ter sido num documento, numa troca de correspondência”, afirma o líder da bancada social-democrata.
Luís Montenegro quer saber “quem foi que o protagonizou e quais os termos do acordo”, que pede que seja endereçado “ao Parlamento.
“É uma questão de decência democrática e não quero acreditar que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças se continuem a manter numa posição de autêntica cobardia política, não tendo a coragem de assumir os seus actos e a forma e o fundamento com que construíram a sua decisão de nomeação da actual direcção da Caixa”, conclui o deputado do PSD.