21 nov, 2016 - 10:58
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) avisa que a subida do salário mínimo para os 557 euros, em 2017, como propõe o Governo é incomportável.
Em declarações à Renascença, o líder da CAP, João Machado, diz não haver condições. “Esses valores são somados ao aumento de Fevereiro deste ano e incluem uma progressão, até 2019, que daria, em quatro anos, aumentos na ordem dos 20% do salário mínimo, obrigando a refazer todas as tabelas salariais. Isto, num momento em que a economia cresce à volta de 1% e a inflação está abaixo de 1%, é totalmente incomportável para os parceiros sociais e para a economia em geral”, garante.
João Machado antevê, por isso, que não haverá acordo em sede de concertação social.
“Sobre esta matéria eu acho que nós teremos muita dificuldade em ter um acordo com o Governo e com os outros parceiros sociais do lado sindical, este ano”.
Nestas declarações à Renascença, falou também sobre a situação da Caixa Geral de Depósitos e o impasse em torno da entrega da declaração de rendimentos dos administradores do banco estatal. O dirigente da CAP fala de um caso muito negativo.
“Agora temos uma nova administração que, ao que parece, fez um acordo com o Governo para não cumprir a lei, mesmo que este tenha adaptado a lei a essas novas circunstâncias. Acho que isto é muito negativo para a confiança dos portugueses no maior banco português e dá uma nota muito desagradável para todos aqueles que querem acreditar que a Caixa é um banco necessário à economia portuguesa”, remata.