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Sector automóvel pede alterações à legislação laboral

22 nov, 2016 - 17:05 • Henrique Cunha

A Associação do Comércio Automóvel de Portugal quer “maior flexibilidade dos ritmos de trabalho” de modo a que as unidades se adaptem e dêem resposta ao fenómeno dos “picos de produção”.

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A Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) sugere novas alterações à legislação laboral, nomeadamente mudanças que permitam “maior flexibilidade dos ritmos de trabalho”.

O secretário-geral da ACAP, Hélder Barata Pedro, lembra as recentes quedas na produção para defender, apontando que algumas fábricas estão a ter dificuldades em adaptar a sua laboração aos “picos de produção”.

“Há factores, como o da sazonalidade e o dos picos de produção, que fazem com que algumas fábricas estejam a revelar bastantes dificuldades em adaptar a sua produção a essa flexibilidade, devido aos instrumentos de regulamentação colectiva", explica.

Barata Pedro considera que "apesar das alterações que tem havido, o sector reclama uma maior flexibilização dos ritmos de trabalho" para que as unidades respondam aos tais "picos de produção".

"Por vezes, há uma quebra de produção, não por falta de encomenda, não por falta de existir procura para esse modelo, mas porque a fábrica não conseguiu adaptar os seus métodos de produção - no quadro da legislação vigente - àquilo que é a sua necessidade para um pico pontual de encomendas”, exemplifica.

Para a ACAP, é necessária uma negociação em sede de concertação: "É preciso esmiuçar melhor a legislação porque, por vezes, as entidades patronais esbarram naquilo que é a própria legislação. Temos feito chegar estas preocupações à confederação que integramos que em sede de concertação também as tem colocado.”

O sector da construção automóvel em Portugal tem vindo a registar quebras consecutivas ao longo de 2016. Em Setembro, essa descida foi superior a 10 por cento.

A ACAP recorda que o sector é responsável por 4,4 por cento do PIB, pelo que a falta de capacidade de resposta também afecta o desempenho das exportações:

“Os fabricantes de componentes, com os fabricantes de automóveis e com as fábricas de automóveis, são dos principais sectores exportadores do país e, segundo o INE, tem sido, até, o principal exportador, em muitos dos momentos, e isso é importante manter e consolidar. Porque isso é bom para o sector e bom para o país”, remata o secretário-geral da ACAP.

Comentários
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  • Vitor
    23 nov, 2016 Setúbal 00:41
    Nova legislação para quê? Existe a contratação colectiva do sector, cheguem a acordos com os trabalhadores sobre horários flexíveis, os patrões querem para já os sábados de borla e cargas de trabalho elevadas. Objetivo mais lucros e escravizar os operários, puder por e dispor quando dá jeito, a democracia só serve quando serve os seus interesses. Espero que a esquerda que apoia o governo não apoie estas leis que a ACAP pretende. É coincidência ou é exatamente o que a auto europa pretende? Trabalhar com motivação remuneração compatível e vida familiar e social, não viver em função da entidade empregadora, deixemos isso para outras civilizações

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