02 dez, 2016 - 17:03
O PCP considera que Paulo Macedo "não reúne condições" essenciais para liderar a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
A posição do Partido Comunista foi manifestada por Jorge Pires, membro do Comité Central, à margem do XX Congresso do PCP, que começou esta sexta-feira em Almada.
O dirigente comunista considera se trata de uma escolha condenável por parte do Governo de António Costa.
Jorge Pires lembra o passado de Paulo Macedo como ministro de Saúde, no anterior Governo, um mandato marcado por cortes e medidas de austeridade. "Foi um dos principais ministros de um Governo de má memória para os portugueses", disse o dirigente do PCP.
Paulo Macedo "não pode dizer que não tem responsabilidade nenhuma nos quatro anos de Governo PSD/CDS, em particular, enquanto responsável pelo Ministério da Saúde, em que fez um trabalho negativo", sublinha Jorge Pires.
O Ministério das Finanças anunciou, esta sexta-feira, que Paulo Macedo aceitou o convite para presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos.
O antigo ministro e director-geral dos Impostos vai ocupar o lugar de António Domingues, que apresentou a demissão na sequência da polémica em torno da apresentação das declarações de rendimentos e de património.
Bloco espera "nova fase" na Caixa
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) espera que com Paulo Macedo à frente da Caixa Geral de Depósitos se abra uma "nova fase" no banco estatal.
"O Bloco de Esquerda manter-se-á como uma garantia de exigência, de transparência e que a Caixa Geral de Depósitos se comporte como um banco público", declarou esta sexta-feira, no Porto, Catarina Martins.
Questionada pelos jornalistas se considerava a escolha de Paulo Macedo melhor que a de António Domingues, Catarina Martins declarou que o Bloco de Esquerda não se ia pronunciar sobre o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos.
"O BE vai-se pronunciar sobre o cumprimento da lei, da transparência e do papel que a Caixa deve ter no país", reiterou a coordenadora do BE, recordando que o anterior Conselho de Administração "demonstrou na prática que não servia a Caixa Geral de Depósitos, porque não cumpriu as regras da transparência, porque criou ruído, porque fez com que a notícia sobre a Caixa fosse o Conselho de Administração e não da Caixa ser um banco sólido, forte, ao serviço da economia".