05 dez, 2016 - 14:00
O ministro das Finanças disse esta segunda-feira, em Bruxelas, que
não há “nenhuma razão” para se questionar o acordo com a Comissão Europeia
sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), até porque o novo
presidente executivo “cumpre os requisitos”.
Em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião de ministros das Finanças da zona euro, Mário Centeno referiu por diversas vezes que a questão da CGD, que “é um assunto doméstico”, não foi abordada na reunião desta segunda-feira, escusando-se por isso a fazer muitos comentários.
Centeno garantiu, contudo, que o processo de recapitalização deverá prosseguir como previsto, apesar da mudança da administração do banco, concretizada na passada sexta-feira, com Paulo Macedo a substituir António Domingues na presidência.
“Não temos nenhuma razão para duvidar desse acordo de princípio que foi assinado pela Comissão Europeia. É evidente que temos todos que estar comprometidos com esse processo. Ele é muito importante e foi um enorme sucesso para a economia portuguesa”, começou por referir o ministro, para de seguida acrescentar que a mudança de administração não deve de forma alguma colocar em causa o processo.
Segundo Centeno, “é evidente que o profissionalismo da administração da Caixa vai manter-se, foi essa a base principal do acordo feito com a Comissão Europeia, e nesse contexto obviamente o doutor Paulo Macedo cumpre os requisitos” estabelecidos para todo o processo.
Questionado sobre quando será conhecida a restante equipa que acompanhará Paulo Macedo na administração do banco público e ainda sobre as razões da demissão de António Domingues, insistiu que o assunto não foi abordado na reunião desta segunda-feira do Eurogrupo, pelo que preferia falar do Orçamento do Estado para 2017, o tema discutido ao longo da primeira sessão de trabalhos.
Centeno diz que que os seus parceiros da zona euro têm uma posição “construtiva” sobre o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), mas admitiu haver “metas muito exigentes”.
Mário Centeno indicou também, em declarações aos jornalistas, que “Portugal tem neste momento um conjunto de indicadores económicos muito positivos que vêm em crescendo, em aceleração desde o início do ano”, mas que não é totalmente reflectido nesta avaliação do Eurogrupo.
O novo presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, disse, esta segunda-feira, que o processo da Caixa "é complexo", que se "está a trabalhar" e que não vai alimentar nomes ou curiosidades até haver algo concreto.