24 fev, 2017 - 12:00 • Teresa Almeida
A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) diz que o mercado do arrendamento caiu a pique em 2016, representando, hoje, apenas 25% do trabalho das agências imobiliárias, quando, no auge da crise, em 2011, correspondia a mais de 60%.
De acordo com Luís Lima, as políticas de valorização do mercado do arrendamento dos vários governos “não surtiram efeito" nem vão surtir "se não se acabar com a dupla tributação dos proprietários, que pagam impostos pelo imóvel e sobre o valor da renda”.
"Nunca houve como agora dinheiro para que as pessoas pudessem investir no imobiliário e, sobretudo, no mercado do arrendamento”, diz Luís Lima, lamentando que “os governantes continuem a considerar que quem tem algum dinheiro para investir deve ser ainda penalizado, tal como aconteceu com o IMI"
"Sendo assim, os arrendatários desistem de ter imóveis para esses fins”, completa APEMIP.
Inquilinos e proprietários: a mesma "luta"
Também os inquilinos reconhecem que nesta altura é mais fácil comprar do que arrendar. O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL), Romão Lavadinho, diz à Renascença que "os preços exagerados e a falta de casas para alugar, são as razoes para esta tendência”, idêntica à dos anos 80 e 90 e que só com uma politica efectiva de ajuda a quem arrendar poderá ter uma mudança consolidada.
Para o responsável da AIL, seria necessário que o Governo implementasse iniciativas que dessem garantias a senhorios e inquilinos, como, por exemplo, um seguro de renda.
No mesmo sentido surgem as reclamações da Associação Nacional de Proprietários, cujo presidente, ,António Frias Marques, pede ao Governo novas medidas que possam "alavancar" o sector do arrendamento. Entre elas estão, para além de um seguro de rendas, medidas fiscais que evitem a tributação dupla, porque "os proprietários já pagam impostos pelos imóveis e ainda vão ser taxados pelo valor da renda recebida", o que "não faz sentido”.
Os proprietários consideram que o mercado de arrendamento não pode baixar mais as rendas, uma vez que há muitos impostos a pagar e obras a fazer.