Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Banco de Portugal. Carlos Costa "não tem condições" para continuar

04 mar, 2017 - 00:20

A opinião foi reafirmada esta sexta-feira por Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda.

A+ / A-

A coordenadora do Bloco de Esquerda reafirma que o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, "não tem condições" para se manter em funções, devido às "várias falhas graves" que tem demonstrado na supervisão da banca.

"O Bloco de Esquerda já o disse várias vezes: não há condições [para o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, se manter em funções]", disse Catarina Martins, à margem de um jantar do 18.º aniversário do partido, em Lisboa.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta sexta-feira que o Governo tem trabalhado com o governador do Banco de Portugal "de forma leal e construtiva", recusando-se a comentar actuação do regulador no dossiê que culminou com a resolução do BES.

O primeiro-ministro recordou, no entanto, que Carlos Costa foi nomeado pelo Governo anterior, frisando que o governador do Banco de Portugal tem "um estatuto próprio de inamovibilidade e sujeito à fiscalização própria do sistema de supervisão europeu".

O Governador do Banco de Portugal foi nomeado a 7 de Junho de 2010 pelo Governo socialista de José Sócrates e reconduzido em 2015 pelo executivo de Pedro Passos Coelho (PSD-CDS).

Questionada sobre se mantém uma posição contrária ao primeiro-ministro neste assunto, Catarina Martins disse que já confrontou António Costa no Parlamento sobre este tema.

"Eu já perguntei ao primeiro-ministro num debate quinzenal quantas falhas graves do governador do Banco de Portugal é que precisamos até se perceber que está na altura de ele sair", realçou a coordenador bloquista.

Catarina Martins também rejeita o argumento de "inamovibilidade" do Governador invocada pelo primeiro-ministro.

"O cargo é amovível mediante falha grave. Foi por isso que usei essa expressão. Já houve várias falhas graves. Já era conhecido de várias comissões de inquérito e até as revelações recentes de investigação jornalística mostram que tínhamos razão quando o dissemos. E já temos essa posição há bastante tempo", declarou a dirigente do BE.

Sobre as eventuais acções que o Bloco de Esquerda vai promover para acelerar a saída de Carlos Costa do Banco de Portugal, Catarina Martins preferiu responder que só falará disso mais tarde.

"Hoje estamos na festa de aniversário do Bloco de Esquerda. Teremos tempo para falar disso", disse.

A coordenadora do Bloco de Esquerda foi ainda confrontada pelos jornalistas com a escolha do seu antecessor e fundador do partido, Francisco Louçã, para conselheiro do Banco de Portugal, depois de ter dito que o actual Governador do regulador é "um perigo para o país".

Catarina Martins sublinhou que Louçã "não foi contratado" pelo Banco de Portugal.

"É uma coisa diferente. Trata-se de um cargo não remunerado, num órgão plural [o Conselho Consultivo do Banco de Portugal]. Acho que foi uma decisão do Governo, não a vou comentar", disse a dirigente bloquista, acrescentando que "as opiniões sobre Carlos Costa se mantêm".

"Ele não tem condições. O Bloco não mudou de opinião, não há nada que o faça mudar de opinião sobre essa matéria", concluiu.

No seu discurso às dezenas de militantes do BE reunidos no jantar, Catarina Martins abordou outro tema da actualidade, as transferências de dinheiros para paraísos fiscais não divulgadas por Paulo Núncio no Governo anterior (PSD-CDS).

A dirigente bloquista recordou que Núncio "não nasceu agora", apareceu no radar da política portuguesa por ter sido o advogado da empresa austríaca que vendeu blindados a Portugal com contrapartidas polémicas, um negócio gerido pelo ex-ministro Paulo Portas.

"Os blindados Pandur foram comprados num negócio de Paulo Portas e tinham duas características extraordinárias: a primeira é que não andavam e a segunda é que tinham umas contrapartidas que afinal não existiam", declarou Catarina Martins.

"E sabem quem era o advogado que representava a empresa em tão bom negócio? Paulo Núncio. Deve ter sido mais ou menos nessa altura que Paulo Portas o conheceu. E vejam até onde ele chegou", salientou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Rui Stok
    06 mar, 2017 Sacavém 18:05
    Eu não morro de amores por carlos costa, mas o BLOCO não me suscita credibilidade e repugna-me que exista. La está o germe do terrorismo verbal e em 75 terrorismo como o ISIS.Numa força que dizia ser politica era uma força terrorista designada FP25 ,mataram e torturaram.Por isso o BLOCO é uma amalgama de forças que diziam ser politicas, mas onde impunham as suas ideias à força, nem que para isso fosse preciso matar e torturar.Se quiserem eu aponto quem mataram e torturaram.Por isso repugna-me ver estes paraquedistas da má politica liderar o PS, um partido que em 74 e 75 os combateu.TRISTEZA! Quem víu o PS nessa altura e quem o vê.
  • KATRINA POPULISTA
    04 mar, 2017 Lx 19:00
    Kmarada Katrina sempre podes colocar lá o grande Louça, esse prodigío de populismo barato e sujo, sem fiuturo e manipulador típico das ditaduras estalinistas.Força kamarada pois o kamarada Kosta e a sua muleta do PCP apoiam-te.Um nojo de gente esta que nos desgoverna.
  • Pedro
    04 mar, 2017 Lisboa 15:15
    Porque comentam sempre ofendendo directamente a Catarina Martins, nem ela nem o bloco tiveram até ao momento qualquer oportunidade de prejudicar os portugueses e quer se goste ou não a geringonça é uma autêntica limousine governativa.
  • Duarte Nuno Frade
    04 mar, 2017 T Novas 13:13
    Esta espécie de menina, actriz, doutora? e já agora deputada, quer pôr o Dr. Louçã no poleiro porque assim é mais fácil!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! conseguir com que os Portugueses peçam mais empréstimos, mas sem juros, ou que os empréstimos sejam para não pagar "ad eternum"
  • Luis
    04 mar, 2017 Lisboa 13:11
    AC. Um grupelho ainda menor que o BE governou desgraçadamente o País durante quatro anos. Foi o CDS, grupelho direitalhopafioso boçal e imbecil.
  • AB
    04 mar, 2017 Evora 12:44
    É malhar enquanto está quente. Já lá enfiaram o frade Louçã, falta a freira Mortágua.
  • Fontanelas
    04 mar, 2017 Freixo de Espada a Cinta 12:36
    Concordo com a Catarina. O Loução deve ocupar o cargo de Governador do Banco de Portugal e depressa, senão a GERINGONÇA abana muito....
  • ac
    04 mar, 2017 lx 12:25
    mas o que é que este grupelho quer? Mandar no país? dizer quem deve e naõ deve estar no BP? Mas este grupelho foi eleito para alguma coisa? Teve a maioria dos votos ? e a comunicação social quando deixa de dar preferências a este grupelho e andar com ele ao colo?
  • bELA
    04 mar, 2017 Coimbra 11:51
    Concordo plenamente com a Catarina. Carlos Costa devia sair do lugar que ocupa. Pasmei coma a afirmação do primeiro-ministro quando disse que o dito senhor tem: "um estatuto próprio de inamovibilidade e sujeito à fiscalização própria do sistema de supervisão europeu". Esses privilégios, de alguém ser inamovível, são típicas de ditaduras. Afinal estou desactualizada! Pensava que via numa democracia.
  • miguel
    04 mar, 2017 milfontes 11:25
    Esse Carlitos deve ter tido uma beiradinha do buraco do BES... Como as verdades irritam algumas pessoas não é Teresa?

Destaques V+