24 mar, 2017 - 16:21
O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse, esta sexta-feira, que as negociações para a venda do Novo Banco estão a evoluir a "bom ritmo", considerando que há "condições para o acordo", embora ainda não esteja fechado.
"As negociações no âmbito do processo do Novo Banco estão a evoluir a bom ritmo, nós consideramos que há condições para um acordo", afirmou Mário Centeno em conferência de imprensa, quando questionado sobre a venda do banco de transição.
No entanto, o ministro das Finanças disse que "as discussões ainda estão a decorrer", recusando-se a fazer mais declarações sobre esse assunto.
Desde Fevereiro que o Governo está a negociar a venda do Novo Banco em exclusivo com o fundo norte-americano Lone Star.
Já na quinta-feira, o Governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, revelou no parlamento que prosseguem as negociações exclusivas com o fundo norte-americano Lone Star para a venda do Novo Banco, realçando a complexidade do processo.
"É uma matéria neste momento confidencial. Entrámos no período de negociações exclusivas, que continuam, porque se tratam de contratos muito complexos que exigem a intervenção de muitos técnicos quer do lado do BdP, quer do lado do comprador", afirmou Carlos Costa, depois de questionado sobre o processo de venda do Novo Banco.
"A minha esperança é que depois de terminado este processo o banco de transição possa ser considerado um 'case study' [caso de estudo] a nível europeu", afirmou, sublinhando acreditar que o negócio vai mesmo avançar.
Hoje, Mário Centeno disse também que "há discussões" em Bruxelas, que têm permitido ao Governo e a outras entidades, como o BdP, "trabalhar numa solução" para os créditos não performativos, ou de rentabilidade duvidosa (NPL, na sigla em inglês).
"Essa evolução também tem sido muito positiva e também decorre a um ritmo que eu poderia qualificar como bom ritmo. Mas é um trabalho que está em curso", disse o ministro.
Já sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o governante destacou o "enorme sucesso" da emissão de dívida perpétua de 500 milhões de euros, a uma taxa de juro de 10,75% e indicou que a injeção de capital por parte do Estado "será concluída nos próximos dias".
"Nós estamos a acompanhar a situaçao porque há decisões que é necessário tomar no âmbito da avaliação do impacto nas contas públicas desta injeção. É uma decisão que envolve autoridades estatísticas e nós estamos a fazer este acompanhamento", disse, quando questionado pelo impacto da injeção pública, que deverá rondar os 2.500 milhões de euros, nas contas públicas.
No entanto, para Mário Centeno, "mais importante do que reduzir o risco das contas públicas é reduzir o risco do país não crescer e não ter por isso contas públicas saudáveis".