28 mar, 2017 - 17:10 • Paula Caeiro Varela
O grupo Impresa – que tem a SIC e o Expresso, entre outros títulos - pretende vender a sua participação de 22,35 por na agência Lusa. A intenção é declarada pelo presidente do conselho de Administração do grupo, Francisco Pinto Balsemão, numa carta enviada aos vários grupos parlamentares.
Balsemão escreveu a carta tendo em conta que se realiza esta quarta-feira no Parlamento, uma Conferência Parlamentar, promovida pela Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, com o título “Modelo de agência noticiosa e informativa de interesse público - o caso da Agência Lusa”.
Na carta a que a Renascença teve acesso, Balsemão diz que, uma vez que estão previstas intervenções dos vários grupos parlamentares, lhe pareceu “útil dar conhecimento da posição da Impresa, na qualidade de acionista da Lusa”.
O patrão da Impresa começa por lembrar que o sue grupo subscreveu 22,35% da Lusa, em Dezembro de 2000, pagando €3.205.706. E acrescenta que essa decisão teve em conta que o Governo da altura informou que a Lusa iria ser privatizada, “o que poderá ser confirmado pelo então ministro, Dr. Luís Marques Mendes”.
“Desde então, nada aconteceu e está hoje demonstrado que a Lusa não vai ser privatizada”, prossegue a carta em que a Impresa dá conta que nestes mais de 16 anos só recebeu 185.329 euros de dividendos, o que corresponde a 5,8% do capital investido. Além disso, há um “ impacto negativo de 2,4 milhões de euros dos resultados da Lusa nas contas da Impresa”.
A Lusa pretenderá agora vender o edifício em que está instalada, em Benfica, Lisboa. “Esta é, portanto, a boa ocasião para fazermos contas e sairmos”, escreve Balsemão, esclarecendo que a Impresa não pretende ganhar dinheiro com essa venda, “apenas receber de volta o capital investido”. E termina desejando que esta carta “seja útil” para o debate.