31 mar, 2017 - 00:21
O presidente da Associação Mutualista Montepio, Tomás Correia, garante que a sua posição saiu reforçada, após a assembleia geral da instituição, reunião que terminou já de madrugada.
“Como é que é possível entender que não sai reforçado se o Conselho de Administração a que eu presido apresenta um conjunto de propostas e a média das votações foi de 95, 8% dos votos?”, disse.
Tomás Correia lembrou que esta foi "a assembleia-geral mais concorrida de sempre", dizendo ainda que foi "precedida de uma campanha que não é habitual nestas circunstâncias".
As contas individuais da Associação Mutualista Montepio, relativas a 2016, foram aprovadas. O relatório apresenta um lucro de 7,4 milhões de euros, informou a instituição, em comunicado.
No texto, adiantou-se que a reunião, realizada no Coliseu de Lisboa, contou com mais de 1.400 associados, os quais aprovaram, "por larga maioria de 95,8%", os pontos constantes da ordem de trabalhos.
Para António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista e do Grupo Montepio, adianta o comunicado, a elevada participação representou "uma prova inequívoca do interesse, motivação e envolvimento dos associados com esta instituição, que tiveram também a oportunidade de ver esclarecidas todas as suas dúvidas sobre temas relacionados com a vida associativa".
A Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) revelou em meados de Março que, a nível individual, obteve um lucro de 7,4 milhões de euros em 2016, quando tinha registado um prejuízo de 393 milhões de euros em 2015.
A MGAM é a dona da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), que apresentou na quarta-feira um prejuízo de 86,5 milhões relativo ao exercício do ano passado, uma melhoria face ao resultado líquido negativo de 243 milhões de euros em 2015.
A associação e o banco mutualistas têm estado em foco, com uma sucessão de notícias negativas, como a constituição de António Tomás Correia como arguido num processo em que é suspeito de ter recebido indevidamente 1,5 milhões de euros do empresário da construção civil José Guilherme.
Fonte ligada à investigação precisou na quarta-feira à Lusa que Tomás Correia não é arguido na "Operação Marquês", mas num outro inquérito autónomo resultante de elementos recolhidos naquela investigação em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates é um dos arguidos.
Tomás Correia reiterou na quarta-feira, em comunicado, que abdicará das suas funções se se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a seu desfavor.
[actualizado às 01h20]