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Ex-ministra das Finanças não tem dúvidas: contribuintes vão suportar parte do custo do Novo Banco

03 abr, 2017 - 08:13

Maria Luís Albuquerque esteve na Manhã da Renascença e levantou dúvidas sobre o negócio do Governo com a Lone Star.

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A antiga ministra das Finanças não compreende porque é que o Novo Banco não foi vendido na sua totalidade. “Precisamos saber e queremos explicações para compreender porque é que isso aconteceu e que consequências é que pode vir a ter para os contribuintes e para o sistema financeiro”, afirma na Renascença.

Maria Luís Albuquerque diz não conseguir compreender “por que razão ficaram 25% do lado público”. “Não há nada nas explicações até hoje dadas que nos permita compreender, porque manifestamente não é para ficar sem responsabilidades do lado público, porque também soubemos que há responsabilidades assumidas que podem ir até quatro mil milhões”, sustenta.

“A menos que seja alguma preocupação ideológica de manter uma parte do capital”, ressalva.

Convidada no programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, a ministra das Finanças do anterior Governo (PSD/CDS-PP) diz que dificilmente os contribuintes não virão a pagar por este negócio.

Isto, porque as condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução foram alteradas. “Há pouco mais de um mês, o Governo reviu as condições desse empréstimo e passou de um prazo relativamente curto para um empréstimo a 30 anos, com uma taxa de juro que é muito inferior àquilo que o dinheiro a 30 anos custaria ao Estado. Isso significa, de facto, que os contribuintes vão suportar uma parte do custo”, conclui.

O empréstimo ao Fundo de Resolução, de 3,9 mil milhões de euros, foi decidido por Maria Luís Albuquerque em 2014, por altura da resolução do BES, com a garantia de que o Estado seria ressarcido. “Quando foi feito o empréstimo, isso era verdade”, garante a ex-ministra.

Agora, segundo diz, “os bancos continuam a pagar juros, mas têm um prazo mais longo e pagam juros mais baixos do que o dinheiro custa ao Estado, o que significa que uma parte do custo foi transferida para os contribuintes. Não é, portanto, a questão de emprestar, é os termos em que se empresta e nós não sabemos ainda como vai acontecer nesta solução”.

O primeiro-ministro tem outra versão e garante que, até aos 3,9 mil milhões, as perdas serão só do Fundo de Resolução. Segundo apurou a Renascença, as responsabilidades do Estado no negócio com o fundo norte-americano Lone Star podem ultrapassar os cinco mil milhões de euros, no pior cenário.

O valor ultrapassa o montante já injectado no banco pelo Fundo de Resolução, mas terá sido criado um novo “banco mau” dentro do Novo Banco – o chamado “side bank”. E na gestão das possíveis perdas, as que forem até 3.890 milhões de euros será só o Fundo de Resolução a assumir por inteiro.

Se forem superiores, a responsabilidade será dividida com a Lone Star, diluindo-se a participação do fundo de resolução. Os cerca de 3,9 milhões de euros são o valor injectado pelo Fundo de Resolução no Novo Banco, financiado em grande parte por um empréstimo do Estado.

As perguntas de Maria Luís Albuquerque a António Costa

O primeiro-ministro é o convidado da Manhã da Renascença na terça-feira e Maria Luís Albuquerque deixou já três perguntas que gostaria de ver respondidas.

Por que razão não foram vendidos os 100% do banco?

Por que razão é que permanece uma situação em que o resto do sistema financeiro fica a suportar aquilo que é, em parte, a actividade de um concorrente numa situação em que já não é um banco de transição?

Que custos é que isso de facto vai ter? Porque um empréstimo em si mesmo pode significar que não há custos para os contribuintes, mas se for feito em condições tão vantajosas para os devedores, traduz-se num prejuízo para o credor, que neste caso são os contribuintes. E essas coisas têm de ser explicadas aos portugueses.

Comentários
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  • PASSOS
    04 abr, 2017 AVEIRO 02:15
    As farmácias já vendem "vergonha" e "moral" em doses individuais? Se ainda não, espero que não demorem muito a conseguir esses preciosos produtos, especialmente para políticos e gestores de grandes empresas e banca. Que autoridade tem esta oportunista para falar da situação do BES quando foi responsável pela pasta das finanças e, alegadamente, sempre mentiu/omitiu aos portugueses e ao parlamento a verdadeira situação em que deixaram o sistema financeiro português. Precisamos mesmo é de irradiar esta gente da política e da gestão da coisa pública. A idoneidade tem de passar a ser o primeiro dos critérios para ser ministro ou exercer funções dirigentes na Administração pública assim como na gestão empresarial (sobretudo nas grandes empresas onde a troca de favores gera situações muito, muito duvidosas que devem ser sempre analisadas à luz da lei para não esbarrarmos, só quando já no fim da linha, com os BES, os BANIF ou BPN.
  • João Lopes
    03 abr, 2017 Viseu 20:35
    Concordo: “Precisamos saber e queremos explicações para compreender porque é que isso aconteceu e que consequências é que pode vir a ter para os contribuintes e para o sistema financeiro”.
  • Manuela Sintra
    03 abr, 2017 Murtosa 18:03
    Graciano tem razão a maior parte dos escrivas de serviço,não se preocupam com o seu bolso,só pensão no seu partido ou partidos.Se for o deles a irem-lhe ao bolso tudo bem, ficam felizes se são os outros,aqui del rei são uns ladrôes,uns malandros,etc.Serão os tais que deitaram os bancos ao fundo que aqui escrevem? Talvez, parecem não se sentirem lesados com isto tudo que se está a passar.Mais pobre, sem futuro,continua o roubo e eles felizes atirarem pedras uns aos outros.Quem ganha com isto,todos os que nos andam a roubar à quarenta anos.E quem mais tempo govenou, a esquerda.Quem terá mais culpas na desgraça? Há já sei., foi a direita porque roubou a todos e a esquerda só a alguns e não foi aos deles.Aí onde está o povo também. é assim.Evoluíram como este que vê a politica como um jogo de futebol.No fim do jogo as agressôes verbais são iguais.Perder custa muito,como me custa a mim pagar impostos para o arbitro roubar(neste caso governo,bancos,seguradoras,empresas de luz,agua,telecomunicações)aqui o povo não.olha a isso.O que interessa é o seu clube ou partido ir à frente.Olhe deixe-se estar por aí, porque por cá o circo continua
  • graciano
    03 abr, 2017 alemanha 15:14
    pois claro sr comentaristas voces teem toda a razao esta sr nao e da esquerda tem que se calar quem nao esta do noso lado esta contra nos e quem esta contra nos deve ser preso se falar essa e a doutrina da esquerda a doutrina da ditadura a doutrina que esta a ser enssinada nesse pais e mais nao digo
  • Carlos Pardal
    03 abr, 2017 Santarém 14:36
    CARLOS CARAPINHA gostei da sua pregunta.Afinal que Estado de Direito é este que através dos impostos nos obrigam a pagar as dificuldades dos bancos onde os administradores ganham milhões por ano.E esses não entram com nenhum suplementar.Por isso aqui o crime compensa.Lanço aqui um repto a quem tem debitos ao banco para questionar o governador do banco de zPortugal como fazer encontro de contas e a Procuradoria Geral da República informar dos nossos direitos.Temos criar um movimento cívico em defesa nossos direitos.
  • Eborense
    03 abr, 2017 Évora 14:22
    "Dívida pública sobe para máximo de cinco meses". Cale-se Sr.(a) Dr.(a) Maria Luís. A sr.(a) ainda não percebeu que o País está no bom caminho? Portanto, não diga nada, porque a "carneirada" anda eufórica com a sua geringonça.
  • Ventura
    03 abr, 2017 Costa da Caparica 14:12
    Simplesmente deplorável o que esta senhora diz. Acaso não sabe que ela foi ministra e foi quem fez aquele negócio do Bes bom e do BEs mau? Se querem uma imagem de falta de pudor, ponham a cara desta senhora como exemplo. Uma nulidade perfeita!
  • tugatento
    03 abr, 2017 Amarante 13:57
    uuhuhuhuhuhu, vai-te embora ave agoirenta. Talvez quisesses vender o Banco ao teu amigo Relvas como tu e o teu amigo Passos fizeram com o Efisa? mDesaparece de cena.
  • Carlos Carapinha
    03 abr, 2017 Lamego 13:54
    Sou fiador de uma empresa que teve de parar,porque vinha acumular prejuizos.Agora aparece o banco a cobrar um valor por ter sido fiador.E sabem bem quanto tenho de pagar.Agora pregunto a esse peste que está no Banco de Portugal que ando a pagar não sei quanto para os bancos não falirem.Questiono quando posso fazer contas com esse banco que recebeu dinheiro do Estado, só não sei quanto paguei e quanto ainda vou pagar.Queria saber num Estado de Direito que dizem onde vivo quem me diz como fazer encontro de contas.Eu já fui informado do que devo, agora eu não. sei quanto já paguei e quanto ainda vou pagar.Gostaria que a Procodaria Geral da República e Banco de Portugal respondesse a esta minha duvida.
  • Krista Lina
    03 abr, 2017 Lapa 13:40
    Não é preciso vir a Maria Swapeira (uma das grandes culpadas disto) lembrar o óbvio, é sempre assim, os contribuintes é que pagam sempre tudo (direta ou indiretamente), . Para o Novo Banco e outros só havia duas hipóteses, nacionalizá-lo ou acabar com ele, agora "dado e arregaçado" como foi isso é que nunca!

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