02 mai, 2017 - 15:04
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O Presidente da República defendeu esta terça-feira um debate sobre a disparidade salarial de gestores de empresas cotadas na bolsa portuguesa e de trabalhadores que permita corrigir “o problema”, mas “de uma forma que tenha presente a justiça social”.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, a disparidade salarial "é um problema que, no caso de Portugal, se torna mais evidente por ter muito poucas empresas [no PSI 20]”.
“Tem de se encontrar uma forma de debater seriamente o problema não afectando as pequenas e médias empresas [nacionais], olhando para essas empresas [em bolsa] e vendo, até pelo seu capital internacional, o que é que precisa de ser corrigido e como é que precisa de ser corrigido, de uma forma que tenha presente a justiça social”, defendeu.
A imprensa noticia esta terça-feira que os presidentes executivos das empresas do PSI 20 (o principal índice da Bolsa portuguesa) ganharam, em 2016, até cem vezes mais que os trabalhadores.
De acordo com o "Diário de Notícias", e tendo por base os relatórios do governo das sociedades comunicados pelas empresas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, na EDP, em média, os quase 12 mil funcionários arrecadam ao fim de um ano 49.100 euros, menos 41,5 vezes que o presidente da companhia, António Mexia.
“Ainda assim, Mexia está longe de liderar o 'ranking' da disparidade salarial entre as empresas da bolsa. Das 14 companhias que já publicaram os relatórios de governo das Sociedades de 2016, é na pirâmide da Jerónimo Martins que está a maior distância entre o topo e o fundo”, acrescenta o diário.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, é muito importante “distinguir” duas realidades distintas que existem no país, designadamente as “grandes empresas do PSI 20” e “as pequenas e médias empresas, que são 90 a 95% das empresas”.
“A análise tem de ser feita assim”, considerou o Presidente da República, acrescentando que “as grandes empresas são multinacionais, com capital estrangeiro”, cujos gestores têm “ordenados que chocam flagrantemente com os vencimentos dos trabalhadores”.
O chefe de Estado disse que “esse é um problema que no caso de Portugal se torna mais evidente por ter muito poucas empresas” no PSI 20.