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Bruxelas dá primeiro “OK” à venda do Novo Banco

10 jul, 2017 - 12:25

A Comissão Europeia não vê problema na aquisição do Novo Banco por parte da Lone Star, já que não tem "actividades que se sobreponham". Falta que Bruxelas se pronuncie sobre as regras de ajudas do Estado.

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A Comissão Europeia aprovou, esta segunda-feira, a operação de venda do Novo Banco à Lone Star à luz das regras comunitárias de concentrações, mas o processo necessita ainda de um consentimento separado, ao nível das regras de ajudas de Estado.

"A Comissão Europeia aprovou a aquisição prevista do Novo Banco, de Portugal, pela Lone Star Funds, dos EUA, sob a regulação de fusões da União Europeia", pode ler-se no comunicado de Bruxelas.

Segundo o executivo comunitário, a operação de venda não suscita preocupações ao nível de fusões, uma vez que as empresas em causa não têm actividades que se sobreponham no sector bancário em Portugal - razão pela qual o caso foi analisado seguindo o procedimento simplificado.

A resposta de Bruxelas não representa, no entanto, uma decisão total, uma vez que ainda estão em causa as ajudas do Estado português ao Novo Banco.

“Relativamente à análise no quadro das ajudas de Estado, a Comissão continua as suas discussões com as autoridades portuguesas sobre o plano de reestruturação que assegure o regresso do Novo Banco à viabilidade a longo prazo”, diz a instituição em comunicado.

A Comissão Europeia lembra que "é necessária uma decisão sobre ajudas estatais em linha com as regras" comunitárias e com as decisões de 2014 e 2015, a autorizar a resolução do Banco Espírito Santo", no contexto da qual Portugal se comprometeu a vender o "banco ponte" Novo Banco.

O contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução e o fundo norte-americano Lone Star foi assinado em 31 de Março para a alienação de 75% do Novo Banco, mantendo o Fundo de Resolução 25%.

A Lone Star não pagará qualquer preço, tendo acordado injectar mil milhões de euros no Novo Banco para o capitalizar, dos quais 750 milhões entrarão quando o negócio for concretizado e os outros 250 milhões até 2020.

Já o Fundo de Resolução ficou com a responsabilidade de compensar o Novo Banco por perdas que venham a ser reconhecidas com os chamados activos “tóxicos” e alienações de operações não estratégicas, caso ponham em causa os rácios de capital da instituição, no máximo de 3,89 mil milhões de euros.

A concretização do negócio ainda está sujeita a três condições: as autorizações da Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, ao nível de ajudas estatais, do Banco Central Europeu e a troca de obrigações seniores do Novo Banco.

Na semana passada, o secretário de Estado adjunto e das Finanças disse que o Governo prevê concluir o processo de venda do Novo Banco até Novembro. Ricardo Mourinho Félix admitiu ainda que o plano de negócio aprovado com a Comissão Europeia envolve uma reestruturação do banco "para que seja viável", mas disse que a dimensão desses cortes está "em discussão entre o comprador e a autoridade de resolução".

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