21 set, 2017 - 15:34
A proposta de estratégia alternativa apresentada por um grupo de economistas é uma “interessante muito reflexão”, afirma o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas numa conferência sobre envelhecimento, em Lisboa, o chefe de Estado comentou o documento elaborado por uma equipa do Instituto de Políticas Públicas (IPP), composta por Ricardo Cabral, Luís Teles Morais, Paulo Trigo Pereira (também deputado do PS) e Joana Andrade Vicente.
“Esse grupo de economistas faz uma reflexão muito interessante, dizendo que há certo tipo de dados europeus, como o chamado défice estrutural, que têm de ser vistos de uma maneira diferente”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa.
“E vendo de uma maneira diferente é possível, ao mesmo tempo, controlar o défice e ter despesas públicas a pensar em problemas sociais. É uma tomada de posição que tem a ver com uma reflexão europeia e essa é uma das reflexões importantes que a Europa pode vir a fazer no futuro próximo”, salientou o Presidente da República.
Os economistas propõem uma estratégia alternativa à do Governo. Defendem a negociação com Bruxelas de uma folga orçamental.
Querem um reforço de consumos intermédios e sugerem menos cativações do que em 2016. Defendem ainda que haja mais despesas com pessoal que argumentam que irá ser compensada com um acréscimo de receitas fiscais e contributivas, de forma a alcançar-se o mesmo objectivo para o saldo orçamental.
Em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do “Público”, Paulo Trigo Pereira pede escolhas claras a toda a esquerda. Carreiras, IRS e pensões, “tudo ao mesmo tempo, é alquimia”, adverte o economista e deputado.
Marcelo pede acordo nas políticas sociais
O Presidente da República adverte que os ciclos de crescimento económico estão "mais curtos", dizendo que será bom se durarem cinco anos, e pediu "um acordo generalizado" no plano das políticas sociais de resposta ao envelhecimento.
"Temos de ter cuidado, porque sabemos que actualmente os ciclos económicos são mais curtos, não há ciclos de dez anos de crescimento económico e de emprego - não, isso acabou. Mas, se houver cinco anos, três, quatro, cinco anos, isso já são boas notícias", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa conferência da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) sobre envelhecimento, no Centro de Congressos de Lisboa.
Na sua intervenção, quase toda em inglês, o chefe de Estado elogiou o papel das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e, embora ressalvando que "sem um orçamento equilibrado é impossível viver", apelou aos ministros da área social para que se batam por verbas em Conselho de Ministros: "Não dêem demasiado poder aos ministros das Finanças".