28 set, 2017 - 16:03
O preço elevado dos combustíveis é culpa dos impostos elevados, afirma o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Francisco Albuquerque.
Em declarações à Renascença, o líder da ANAREC comenta assim o pedido do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, para que a Comissão Europeia investigue suspeitas de concertação de preços em Portugal.
“Não deixamos de achar estranho este pedido de investigação. É uma entidade externa, uma vez que em Portugal há entidades que o podem fazer e, inclusive, a Entidade Nacional dos Mercados de Combustíveis uma das competências que tem é precisamente essa”, estranha Francisco Albuquerque.
Se o Governo quer transparência no sector, então que dê o exemplo, começando por dizer aos consumidores quanto é que pagam em impostos de cada vez que abastecem o automóvel, defende.
“O preço é de facto elevado porque o ISP [imposto sobre produtos petrolíferos], antes de mais, é uma das cargas mais elevadas da Europa. O que nós gostaríamos era passar a ver nos talões dos postos de abastecimento que fosse discriminada a taxa de ISP, porque o consumidor final tem o direito de saber aquilo que está a pagar”, sublinha o presidente da ANAREC.
Segundo Francisco Albuquerque, “num euro de abastecimento, mais de 60 cêntimos são para impostos”.
Em declarações ao “Dinheiro Vivo”, o secretário de Estado Jorge Seguro Sanches sublinha que os sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis, nos últimos anos, não reflectem a tendência seguida noutros mercados. E foi por isso que pediu uma investigação à Comissão Europeia.
O Governo enviou uma carta à comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, na qual pede a Bruxelas que investigue se "há ou não concertação de preços ou abuso de posição dominante".