05 out, 2017 - 18:11
O conselho de administração do banco catalão Sabadell decidiu, em sessão extraordinária, transferir a sua sede social para Alicante, perante a possibilidade de a Catalunha declarar unilateralmente a independência na próxima semana.
O quinto maior banco espanhol e o segundo da Catalunha vai assim poder continuar protegido pelas regras exigentes de supervisão do BCE (Banco Central Europeu) e a operar com toda a normalidade dentro do sistema bancário europeu.
A deslocalização para aquela cidade junto ao Mediterrâneo, na Comunidade Valenciana (sul da Catalunha), também implica que a entidade bancária passará a pagar impostos no local onde tem a sua sede social.
Desde que se soube que o Sabadell iria tomar uma decisão sobre esta matéria, as suas acções iniciaram um movimento de subida, que contrastou com a descida de cerca de 10 % desde o início da semana, com os investidores receosos das consequências da subida da tensão entre Madrid e Barcelona na sequência do referendo de autodeterminação realizado no domingo.
Uma alteração da sede social de uma empresa é uma operação jurídica que se pode realizar no espaço de poucas horas em Espanha.
Em Maio passado, o Sabadell revelou que até ao fim do corrente ano iria voltar a ter uma sucursal em Lisboa depois de ter vendido a participação que tinha no português BCP.
Entretanto, o também catalão CaixaBank, dono do português BPI, sustenta que irá adoptar as "decisões necessárias no momento oportuno, sempre com o objetivo de fazer prevalecer os interesses dos clientes, acionistas e empregados", em declarações feitas à agência Efe por fontes oficiais do banco catalão, referindo-se ao clima de tensão na Catalunha.
Esta posição do maior banco da Catalunha foi conhecida depois de ter sido tornado público que o Sabadell ia realizar a reunião extraordinária do seu conselho de administração.
O governo regional da Catalunha (Generalitat) anunciou na madrugada de segunda-feira que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo de domingo, tendo exercido o direito de voto 42% dos 5,3 milhões de eleitores.
A consulta popular foi convocada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.
O presidente do executivo catalão tinha previsto realizar uma intervenção no parlamento regional em que poderia declarar a independência da região, mas o Tribunal Constitucional espanhol proibiu essa apresentação, como medida cautelar, sendo ainda é incerto o que vai acontecer.