28 out, 2017 - 11:44 • Sandra Afonso
O subsistema de saúde do Estado ADSE quer aumentar o preço das consultas. Se a proposta avançar, os beneficiários passam a pagar mais 1,51 euros nas consultas de medicina geral e mais 1 euro e 1 cêntimo na especialidade.
O objectivo é lançar a nova tabela no início de 2018, mas só se existir consenso no Conselho Geral e de Supervisão, o que para já não se verifica.
Há 18 anos que as tabelas não são actualizadas. O conselho directivo da ADSE propõe agora passar as consultas de clínica geral e de especialidade para 20 euros, valor a suportar pelo subsistema de saúde dos funcionários públicos e pelos beneficiários.
Contas feitas, para os beneficiários representa um aumento até 30%.
Em declarações à Renascença, José Abraão, da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), diz que não aceita estes valores.
“Fosse até um cêntimo, não faz sentido qualquer aumento sem que possam ser revistas as contribuições que os trabalhadores hoje pagam”, defende o sindicalista.
A FESAP lembra que as contribuições foram agravadas há pouco tempo e, sem contrapartidas, não aceitam pagar mais pelas consultas.
“Houve uma actualização muito significativa das contribuições dos trabalhadores. Há três anos, qualquer beneficiário pagava 1,5% e hoje paga 3,5%. Admito que haja necessidade de ajustar as tabelas, mas da parte da FESAP só podemos compreender isso se algum dia houver uma redução das contribuições. De outra forma era manifestamente injusto”, afirma José Abraão.
Para já, a FESAP tem a garantia que sem um “significativo consenso” este aumento não avança na ADSE.
A FESAP defende ainda que a redução dos descontos para a ADSE seja discutida durante o debate orçamental.