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​Esquerda aprova, na generalidade, Orçamento da “continuidade da mudança”

03 nov, 2017 - 19:12

Direita votou contra documento que considera ser de "austeridade à esquerda", "falsas notícias" e desenhado para uma "facção".

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O Orçamento do Estado para 2018 (OE 2018) foi esta sexta-feira aprovado, na generalidade, com os votos favoráveis de PS, PCP, Bloco de Esquerda e Verdes. O documento contou com a oposição de PSD e CDS e a abstenção do PAN.

O líder parlamentar do PS, Carlos César, declarou que a realidade voltou a desmentir as previsões negativas de PSD e CDS.

A economia portuguesa está a crescer e a convergir com a Europa, as famílias estão mais confiantes, o rating e o défice melhoraram e o desemprego está em queda, argumentou Carlos César.

“Este é um orçamento da continuidade da mudança que desejamos. Não é um orçamento para os equilíbrios entre os partidos que apoiam o Governo. Não é um passo para a morte lenta, como disse o líder do PSD”, atirou.

“Estamos no bom caminho, mas é necessário fazer mais e melhor”, sublinhou o líder da bancada socialista.

PSD contra "Orçamento de facção"

O deputado do PSD Luís Marques Guedes arrasou um Orçamento de “navegação à vista”, que disse estar desenhado para agradar apenas a uma “facção”.

Luís Marques Guedes defendeu a necessidade de "clarificação política" e de uma moção de confiança ao Governo.

Anteriormente, o social-democrata Simão Ribeiro já tinha recorrido a uma expressão popularizada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 'fake news' (notícias falsas) para classificar o documento. "Este é o orçamento das 'fake news', parece que vai melhorar a vida dos portugueses, mas não melhora: os impostos indiretos aumentam, as cativações agravam-se, mas parece que vivemos no país das maravilhas", acusou o líder da JSD, lamentando que o documento não resolva os problemas dos jovens portugueses.

O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, acusa o Governo de não ter aprendido a lição, voltando a esquecer a segurança das pessoas e a defesa do território num Orçamento de "austeridade à esquerda".

"É um Orçamento que, mais uma vez, esquece as áreas de soberania, a segurança de pessoas e bens e a defesa do território, que, irresponsavelmente, diminui ou não reforça, como estava obrigado, o investimento nas forças e serviços de segurança, nas Forças Armadas, na protecção civil ou nos agentes da justiça", defendeu Nuno Magalhães.

Este Orçamento "não é do Bloco de Esquerda"

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, assumiu "orgulho" na aprovação de medidas para "melhorar" a vida dos portugueses e defendeu a necessidade de mais investimento público no Orçamento para 2018.

Na sua intervenção no período de encerramento do debate na generalidade, Jerónimo de Sousa sublinhou que a proposta ainda "está longe de corresponder à resposta necessária para enfrentar o nível de degradação da situação do país" provocada pela política de sucessivos governos PS, PSD e CDS-PP.

Contudo, o secretário-geral comunista destacou "o facto de o Orçamento consolidar as medidas de reposição de direitos, salários e rendimentos tomadas nos últimos dois anos" e de "dar novos passos nessa reposição".

Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, diz que é preciso melhorar o Orçamento em sede de especialidade. “É preciso lutar por um país que ainda tem muito para reverter as políticas falhadas do passado”, declarou o líder parlamentar bloquista.

Este Orçamento "não é do BE", apesar de incorporar algumas propostas do partido, porque "parte de um paradigma absolutamente diferente", disse Pedro Filipe Soares, que acusou o PSD de "falsidade e incoerência".

O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) elogiou o Orçamento do Estado para 2018 por prosseguir o caminho de reposição de direitos e rendimentos, mas alertou que é necessário "ir mais longe" nas políticas sociais e ambientais.

"Este não é, portanto, o orçamento da direita (...). Durante toda a discussão deste Orçamento, nem uma palavra se ouviu sobre matérias que estiveram quatro anos no centro das discussões dos Orçamentos do governo PSD-CDS", saudou o deputado José Luís Ferreira.

O PAN anunciou que vai apresentar mais de 60 medidas na discussão na especialidade, explicando que se vai abster na generalidade devido aos "ajustes" que espera ver acolhidos pelo Governo.

"Fica muito claro que queremos contribuir para melhorar a proposta do Orçamento do Estado, contudo ainda nenhuma medida do PAN está garantida nesta fase. Tendo em consideração a fase de trabalho que se segue e os ajustes ao documento que o PAN espera ver acolhidos pelo Governo em sede de especialidade, iremos abster-nos na generalidade", disse o deputado único André Silva no encerramento do debate na generalidade do OE 2018.

Antes das intervenções finais, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, manifestou disponibilidade para "estudar uma solução" para "minimizar os impactos" da penalização das pensões aos trabalhadores que optaram pela reforma antecipada no período da 'troika'.

"Existe um conjunto de pensionistas que muitos deles não têm ainda idade para aceder ao complemento solidário para idosos, que se reformaram por diversas razões, com pensões antecipadas com elevados cortes", disse Vieira da Silva.

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  • quem é?
    04 nov, 2017 St 17:15
    esse deputado Marques Guedes?...era aquela personagem emproada, que no anterior governo fazia de porta voz dos faccionários que empobreceram e destruíram centenas de milhares de famílias portuguesas e promoveram a insolvência de milhares de empresas com o consequnte desemprego galopante, porque afirmava que não havia alternativas? Era aquele faccionário que se congratulou com a ordem do líder, em mandar os jovens saírem da zona de conforto, deixarem de ser piegas e emigrarem? Era aquele faccionário que aparecia nos canais televisivos, nos finais dos conselhos de ministros, a dar a "boa" noticia que as pensões e reformas a pagamento, iam ser cortadas, porque não havia alternativas? Era aquele faccionário que vinha informar que os portugueses produziam pouco e portanto não tinham direito a ter feriados e era preciso acabar com eles? Era aquele faccionário que protegia e promovia toda a clientela de boys e girls que assessoravam os gabinetes ministeriais, com vencimentos escandalosos, cujas listas circularam pela opinião publica? etc, etc! Foi esse faccionário que arrasou o Orçamento de Estado para 2018, por estar dirigido a uma facção? Sendo assim, ainda bem que está dirigido à facção da maioria dos portugueses que foram vilipendiados e que agora, felizmente, com ele vão lucrar e não apenas a uma pequena facção, daquele faccionário!
  • ao jose seco
    04 nov, 2017 lis 16:18
    Essa de quereres comparar clientelas da direita desmascarada com a maioria dos cidadãos que foram surripiados e levados à pobreza porque era preciso empobrecer o país e deixarem de ser piegas, era caso para nos rirmos se não tivesse sido tão trágico! Deves estar a brincar com a nossa inteligência! Só podes!...és mesmo "seco"!
  • Vergonhosas
    04 nov, 2017 Cas 10:16
    E de um nível rasteiro algumas intervenções de deputados dos PSD e CDS atacando e insultando o caracter do primeiro-ministro! Os punhos de renda que a direita pretende mostrar cairam com toda a falta de nível dos intervenientes! E os líderes e responsáveis não ficaram atrás! Esta direita não suporta estar sem o poder!...e é o vale tudo! Mais uma vez a tragédia dos incêndios e quem nela sofreu serviu para a direita tirar dividendos partidários! Cada vez se enterram mais porque o povo não é estupido!
  • JP
    04 nov, 2017 Olhão 09:00
    Mais uma vez caiu a máscara à direita radical e à extrema direita ou seja queriam cortar as pensões A PAGAMENTO em 600 milhões. Ao serem desmascarados armaram uma peixarada no parlamento onde mais uma vez sobressaiu esse ícone da má educação de nome leitão mas não admira veio de uma boa escola no cavaquistão. Aliás não admira o facto dessa zona ter sido das maia fustigadas pelos incêndios. Mas todos viram que a cristas passou apresentação dos mapas para o Amorim lindo de se ver. A extrema direita e a direita radical em que se transformou o PSD nunca aceitou que a democracia funcionasse ao pôr a claro que quem nomeia o primeiro ministro é o parlamento através dos deputados eleitos. OS ELEITORES NÃO QUISERAM DAR A MAIORIA AOS PAFES e eles não aceitam esse facto mas, já falam menos na geringonça embora ainda haja acéfalos que querem passar por engraçadinhos. Coitados vão ter que levar com com o Costa/PS/BE/PCP/VERDES mas a Cristas que ganhou as últimas eleições com 2,5% do total nacional agora colocou o PAN como fazendo parte da geringonça porque votou contra a sua moção. Triste figura a da sra.
  • José Seco
    04 nov, 2017 Lisboa 07:49
    Infelizmente a corrupção, os favores, o clientelismo e o oportunismo continuam neste governo tão presentes como no anterior. Portanto eu pergunto o que muda realmente? E igualmente respondo que nada muda! Há esquerda e à direita falta gente séria. E é por isto que o país está e sempre esteve em crise!
  • Fernando Ferreira
    03 nov, 2017 Caldas da Rainha 20:54
    Nunca vi a oposição votar a favor de um Orçamento de Estado, porque é que haveria de o fazer agora? Pelo que li e ouvi parece-me um orçamento equilibrado.

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