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OE 2018. Centeno prevê “redução muito significativa” das cativações

03 nov, 2017 - 11:27

Ministro das Finanças quer maior transparência nas cativações e admitiu uma redução significativa para o próximo ano.

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O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou esta sexta-feira que no próximo ano haverá “uma redução muito significativa” das cativações no Orçamento do Estado, com valores previstos de 1.156 milhões de euros contra os 1423 milhões deste ano.

Em resposta a um pedido de esclarecimento da deputada do Bloco de Esquerda. Mariana Mortágua, o ministro das Finanças disse estar de acordo com uma maior transparência nas cativações, conjugada com o rigor da execução orçamental, salientando que foi introduzido no Orçamento do Estado (OE) “uma margem de crescimento de despesa em aquisição de bens e serviços até 2% face à execução anterior”.

“Em 2018, o que resulta da aplicação desta norma é uma redução muito significativa nos cativos no ano que vem. Os cativos que este momento se antecipam para 2018 são de 1.156 milhões de euros, o que compara com 1.423 milhões de euros de 2017”, frisou, acrescentando que o próximo Orçamento prevê ainda “um compromisso de transparência acrescido”, através do reporte regular no boletim da Direcção Geral do Orçamento da situação de execução destes cativos.

No segundo dia de debate na generalidade do OE, Mário Centeno reiterou ainda o compromisso já assumido na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, de que o Serviço Nacional de Saúde “está isento de cativos” e que “algumas outras áreas da saúde” também não virão a ser objeto de cativações.

A deputada Mariana Mortágua, que salientou pontos de acordo com o Governo como a subida sustentada da despesa nas áreas da saúde e educação nos últimos anos, tinha lamentado o recurso que considerou excessivo às cativações e o facto de o executivo apresentar resultados de défice inferiores ao que tinha inicialmente previsto.

“No contexto de um governo minoritário, as verbas dos programas orçamentais não são autorizações máximas de despesa, são compromissos políticos. As metas estabelecidas não são metas indicativas, são compromissos políticos mínimos que não podem ficar por cumprir”, avisou.

Mariana Mortágua comprometeu-se, em nome do BE, a apresentar na discussão na especialidade medidas para reforçar a transparência nas cativações.

Antes, o deputado do PSD Duarte Pacheco tinha acusado o Governo de ter feito um Orçamento onde “só existe o presente”.

“O Orçamento do Estado não tem uma medida destinada à economia, às empresas, à criação de riqueza”, criticou, citando pareceres das confederações empresariais que confirmariam esta análise.

Duarte Pacheco criticou também o Governo por limitar o reforço do sistema financeiro “à injecção de milhares de euros para tapar as asneiras de socialistas como José Sócrates e Armando Vara”, referindo-se à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Sei qual é a resposta, mas não vou ler os seus lábios, este orçamento traz um aumento de impostos indirectos”, acusou ainda o social-democrata, lembrando que o Governo também negou que houvesse aumento de carga fiscal em 2017 e “hoje o Orçamento reconhece” isso.

Na resposta, Mário Centeno citou algumas das “inúmeras medidas de apoio às empresas” contidas no Orçamento do Estado e negou o aumento da carga fiscal quer em 2017 quer no próximo ano.

“A carga fiscal no numero de euros que cada português paga e recebe diminuiu em 2016, em 2017 e vai voltar a diminuir em 2018”, assegurou, dizendo que o deputado do PSD se refere ao aumento da receita fiscal no ano passado que teve “variadíssimas componentes que não são repetíveis no futuro”.

[notícia actualizada às 11h46]

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  • João Lopes
    03 nov, 2017 Viseu 15:25
    Com o atual governo social-comunista a produtividade diminuiu, os impostos indiretos são enormes, a dívida externa aumenta, as cativações selvagens deterioram o serviço público, especialmente no SNS, onde o atraso nas consultas e nas operações, deixa ao abandono e desprotegidos os mais pobres. O País não vai por bom caminho!
  • Joao Sem Paciencia
    03 nov, 2017 Lx 15:02
    Acho muita graça quando arranjam um nome para a javardice como se tratasse de uma entidade externa a qual têm vida própria e depois aparece o culpado número 1 a dizer que vai lutar contras essas "incorrecções" que não passam de vigarices criminosas que arruínam pessoas, famílias e empresas . Pior que as "cativações", nome pomposo dum caloteiro vigarista desumano, são o hipocritamente apelidado de "Credito Mal parado". Esse ainda me encanita mais o sistema nervoso porque por detrás dessa porka misérica estão gajos a gamarem durante décadas porque já sabem que depois todo o povão é obrigado a pagar essa factura. E repete-se vezes sem conta com o apoio do povão asqueroso e burro até mais não.
  • COSTA PANTOMINEIRO
    03 nov, 2017 Lx 14:43
    A mentira e o embuste continuam..São mais de 1.7 mil milhões de euros de cativações...São as engenharias financeiras que mais tarde ou mais cedo serão um calvário para os portugueses...A mentira do pantomineiro Centeno e Costa contunua...
  • Alberto
    03 nov, 2017 FUNCHAL 12:55
    Não basta fazer aumentar os lucros de Galp, Repsol, etc? A carga fiscal diminuiu em 2017? ... só se foi para a sua sogra!
  • antónio
    03 nov, 2017 Portalegre 12:07
    As cativações na educação levaram imensas escolas ( sobretudo profissionais) ao abismo em termos financeiros, e fez com que algumas optassem por reduzir significativamente o nº de turmas, e por conseguinte o nº de professores ( para o desemprego) e de funcionários ( para o desemprego).

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