23 nov, 2017 - 00:12 • Eunice Lourenço (Renascença) e David Dinis (Público)
Hora da Verdade com Mariana Mortágua:
Neste Orçamento, há alguma proposta da direita que o BE vá votar favoravelmente?
Nós, por regra, não votaremos medidas do PSD ou CDS sobre propostas orçamentais. Fizemos um trabalho de negociação com o Governo para a elaboração deste Orçamento e tivemos ganhos importantes nessas negociações. Achamos que ainda há margem - e vamos explorar essa margem. Mas é nesse quadro que negociamos. Não achamos que faça sentido [aprovar propostas da direita] por duas razões: porque não faz sentido aprovar propostas que ponham em causa um quadro negocial que assumimos desde início; e porque não ignoramos o carácter absolutamente oportunista de algumas medidas do PSD e CDS, propondo agora o que sempre recusaram.
No ano passado as pensões mínimas acabaram a ser negociadas na especialidade precisamente porque a direita também queria um aumento extra. Este ano PSD e CDS repetem a fórmula, daí a pergunta.
O BE não apresentou qualquer proposta adicional no ano passado sobre essa matéria. Fazemos a negociação com o Governo.
Há alguma coisa que o Bloco tenha sacrificado este ano e que, no próximo, não possa ficar para trás?
Não diria sacrificar, há coisas onde é possível ir mais e menos longe. Nós apresentamos propostas na especialidade porque entendemos que na negociação não se foi tão longe como era possível e achamos que é possível insistir com o PS. Em cada ano há medidas que se elegem como prioritárias, mas é o acordo que nos serve de guia - orçamento a orçamento.
E neste Orçamento, falta alguma coisa que para o Bloco seja essencial?
Há muitas propostas em cima da mesa, muitas ainda a ser negociadas neste momento.
Não há nada que coloque em causa a aprovação do OE?
Não posso dizer se ou não há alguma coisa antes da votação na especialidade. A estabilidade deste acordo depende do cumprimento dos critérios que estabelecemos no início desta legislatura e que são muito claros para toda a gente.