18 dez, 2017 - 07:09
A administração e a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa retomam, esta segunda-feira, as negociações sobre horários, depois do chumbo de dois pré-acordos e da gestão da fábrica de Palmela anunciar a imposição unilateral de um novo formato.
O regresso às negociações foi anunciado sexta-feira, depois de uma reunião no Ministério do Trabalho com a presença do ministro Vieira da Silva e de dois secretários de Estado, bem como dos representantes dos trabalhadores e da administração liderada por Miguel Sanches.
Na altura, o coordenador da CT, Fernando Gonçalves, apenas avançou o dia da nova reunião e disse que o plenário da próxima quarta-feira se mantém, enquanto o director da fábrica, Miguel Sanches, adiantou que o que "pode mudar é o modelo de trabalho do segundo semestre" do próximo ano.
Depois da rejeição pelos trabalhadores, em referendo, de dois pré-acordos negociados com a CT de alterações aos horários de trabalho, na sequência do aumento da produção, a administração impôs unilateralmente o novo modelo para ser implementado em finais de Janeiro e que inclui 17 turnos semanais. A administração promete pagar os sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, que era uma das principais reivindicações dos trabalhadores. Este pagamento dos sábados a 100% poderá ainda ser acrescido de mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.
Porém, esta posição foi rejeitada pela CT, que reiterou que "este modelo de horário e as suas condições são mais desfavoráveis e contrariam a vontade expressa pela maioria dos trabalhadores".
O novo horário, que entrará em vigor em finais de Janeiro, deverá vigorar até ao mês de Agosto de 2018. A Autoeuropa promete discutir o período após Agosto com a CT.
Os novos horários de contínua prevêem quatro fins de semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses para cada trabalhador.
A questão dos horários colocou-se com o fabrico do novo modelo T-Roc, que como já recordou o ministro Vieira da Silva, tem "grande aceitação comercial" e as previsões são de "dobrar ou até ultrapassar" a produção global prevista.
O Governo vai continuar a acompanhar a situação e poderá assumir "responsabilidades em algumas dimensões" como a criação e reforço de "equipamentos sociais de apoio à família" que possa responder aos novos horários da fábrica.