21 dez, 2017 - 10:26
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, destacou os progressos de Portugal desde 2015 e acredita que o país vai baixar o défice para menos de 1,4%, mas alertou para outros desafios.
"É com prazer que vejo o quanto a situação aqui em Portugal mudou desde a minha primeira visita na Primavera de 2015", afirmou numa conferência de imprensa na Representação Portuguesa da Comissão Europeia, em Lisboa.
Ainda assim, o comissário europeu alertou que "permanecem desafios para resolver", sobretudo no que diz respeito à elevada dívida pública e ao peso do crédito malparado na banca, e defendeu que "os esforços que permitiram alcançar estes resultados [positivos] devem ser mantidos".
O presidente eleito do Eurogrupo, Mário Centeno, terá de trabalhar de "mãos dadas" com a Comissão Europeia, afirmou o comissário europeu.
Pierre Moscovici reuniu-se na quarta-feira com Mário Centeno e o primeiro-ministro português, António Costa, para discutir as prioridades do Eurogrupo nos primeiros seis meses do próximo ano: o aprofundamento da União Económica e Monetária e a conclusão do programa de ajustamento da Grécia.
"O Eurogrupo vai desempenhar um papel fundamental em avançar com este trabalho na primeira metade de 2018, preparando as duas cimeiras de líderes planeadas para Março e Junho para tomar as decisões necessárias nesta área. Eu sei que Mário Centeno atribui tanta importância a este processo como eu", disse o representante europeu numa conferência de imprensa em Lisboa, defendendo que é importante garantir que "a Comissão e o presidente do Eurogrupo trabalhem de mãos dadas".
Ainda assim, Moscovici disse que "isso não significa" que o presidente do Eurogrupo "tenha de seguir a linha da Comissão, só significa que ambas as partes partilham uma visão, de que o pacote da Comissão é a linha de trabalho que deve ser seguida".
O comissário europeu disse ainda que será "Mário Centeno a liderar o Eurogrupo, sozinho, num enquadramento colectivo, mas a Comissão tem um papel especial no Eurogrupo, é uma força motriz" no fórum de ministros das Finanças da zona euro, exemplificando com as opiniões dadas sobre os planos orçamentais dos diferentes países ou nas propostas da União Económica e Monetária (UEM).
"Por isso temos de trabalhar de mãos dadas com o presidente do Eurogrupo, quem quer que ele seja", reiterou.