01 fev, 2018 - 11:16 • Cristina Branco
A presidente da APRe - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, Maria do Rosário Gama, classifica como "abuso", "violência" e "assalto" os anunciados aumentos, agendados para abril e maio, de comissões na Caixa Geral de Depósitos (CGD), em particular, a cobrança de um euro por cada levantamento de dinheiro com caderneta.
"É a comissão para ter a conta, agora é uma comissão para o levantamento. Onde é que isto vai parar? Não tem qualquer sentido, considero que isto é um abuso e um assalto às pessoas", declara Maria do Rosário Gama, em declarações à Renascença.
"Temos pedido à população mais idosa para não ter dinheiro em casa, há ações da GNR, que vai a casa das pessoas para prevenir contra burlas. Isso significa que as pessoas não devem ter dinheiro em casa, que não devem levantar a pensão de uma vez, mas a pagar um euro por cada levantamento... Quanto é que vão pagar? Até custa a crer que esta ideia seja realidade", completa a presidente da APRe.
Maria do Rosário Gama lembra que o problema das comissões já tinha sido exposto pela APRe "numa audiência com o ministro das Finanças, em dezembro", e admite, agora, "pedir uma audiência à administração da Caixa e talvez também ao governador do Banco de Portugal, para tentar reverter esta situação, que é, de facto, uma violência".
De acordo com o "Público", a Caixa admite excepções na cobrança de um euro nos levantamentos com caderneta em casos em que não exista ou se encontre avariada a caixa automática da próprio banco público, em que seja manifesta a incapacidade do cliente para a utilização de dispositivos automáticos ou no caso de reformados com pensão mensal de valor inferior a 835 euros.
As alterações ao preçário a fazer a partir de abril trazem vários agravamentos na requisição e pagamento de cheques. Em maio, chegará o pagamento de um euro pelos levantamentos de dinheiro com caderneta.
Levantamento com caderneta taxado apenas ao balcão
O banco público garante que as alterações nas comissões são pontuais e desmente agravamento para empresas. Contactado pela Renascença, o porta-voz do banco admite que a partir de maio o levantamento de dinheiro através da caderneta ao balcão passa a custar um euro, mas os clientes podem continuar a levantar o dinheiro com as cadernetas nas caixas automáticas, de forma gratuita.
A mesma fonte explica que os jovens até aos 26 anos mantêm as isenções na íntegra, sendo que o que vai acabar em maio é o Mega cartão jovem, que se destinava para uma faixa dos 26 aos 29 anos.
Quanto às empresas, a CGD desmente a penalização para operações no estrangeiro.
[notícia actualizada às 12h43]