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Lesados do BES falam em "roubo" e Costa sugere via judicial

10 mai, 2018 - 22:44

Grupo queixou-se de "não ter sido consultado para nada", afirmou que "não foi feita uma assembleia-geral" e pediu a anulação da solução atual, prometendo continuar na rua.

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O primeiro-ministro foi interpelado em Matosinhos por um grupo de lesados do BES/Novo Banco, que prometeram continuar na rua a reivindicar, com o governante a lembrar que "já foi encontrada uma solução".

Cerca de uma dezena de pessoas abordou António Costa à entrada do Cine Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, distrito do Porto, onde esta noite o primeiro-ministro vai discursar na condição de secretário-geral do PS, no âmbito da apresentação da moção "Geração 20/30", tendo referido frases como: "Isto é um roubo" e "Não se admite".

O grupo queixou-se de "não ter sido consultado para nada", afirmou que "não foi feita uma assembleia-geral" e pediu a anulação da solução atual, prometendo continuar na rua.

"Foi feito um grupo de trabalho com Governo, CMVM e Banco de Portugal com as associações que representam os lesados do BES. A solução que foi constituída teve já a adesão de mais de 90% dos lesados e vão começar a fazer-se pagamentos no final deste mês. Esta solução não inviabiliza que quem não recorreu à solução possa recorrer aos meios legais normais", respondeu Costa.

"Se entende que há crime o que deve fazer é apresentar queixa. Se entende que há uma melhor solução deve apresentá-la", reforçou.

Em causa está a solução encontrada para as cerca de 2.000 pessoas que subscreveram papel comercial aos balcões do BES, pensando tratar-se de produtos sem risco.

Esta solução prevê o pagamento de 75% das aplicações até 500 mil euros (com limite de 250 mil euros) e de 50% para valores acima de 500 mil euros, devendo para o efeito os lesados começar a receber nos próximos dias o contrato final de participação no Fundo de Recuperação de Créditos, já registado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e através do qual vão receber parte do dinheiro aplicado.

Através deste fundo deverão vir a ser pagos pelo menos cerca de 280 milhões de euros (de um total de 430 milhões de euros) em três tranches ao longo de 2018, 2019, 2020. O dinheiro para esse pagamento vem do Estado, sob a forma de empréstimo, ou através de empréstimo bancário, mas garantido pelo Estado.

Para o grupo de lesados do papel comercial e lesados emigrantes esta não é a solução efetivamente pretendida, passando antes a resposta pela utilização da provisão de 1.837 milhões de euros existente para os ressarcir na totalidade dos montantes reclamados.

A 2 de maio passado, o Presidente da República disse que vai "ver o que é possível fazer pelo grupo que não entrou no acordo geral dos lesados do BES", após ser abordado pelo grupo de lesados. O BES, tal como era conhecido, acabou em 3 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.

O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num 'banco bom', denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o 'banco mau' ('bad bank'), sem licença bancária.

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  • MASQUEGRACINHA
    11 mai, 2018 TERRADOMEIO 20:52
    Há uma coisa que não percebo: ou estas pessoas têm razão, e aí deviam receber 100%; ou não têm razão, e não deviam receber nada. Ou há quem tenha razão e quem não tenha, e cada um deveria receber de acordo com a razão que lhe assistisse - ou tudo, ou nada. Mas não: vão todos corridos a iguais percentagens do que perderam por ganância, o que está mal, ou do que lhe foi esmifrado por burla, o que está pior ainda. A sugestão do Passos Coelho, numa espera que os lesados também lhe fizeram, sempre era mais exequível do que a do Costa: disse-lhes que, se fizessem uma subscrição pública, ele até teria todo o gosto em contribuir... E isto com o ar mais sério desta vida, e o tom mais cândido deste mundo, ele nem há-de ter percebido porque não lhe seguiram a útil sugestão, ou há-de ter pensado que foi por preguiça típica de subsidio-dependentes. Era um achado, o nosso Passos. O nosso Costa e o nosso Marcelo também são uns achados, mas menos dados a canduras.

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