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EDP diz que valor oferecido pelos chineses não reflete valor real da empresa

15 mai, 2018 - 07:00

A China Three Gorges ofereceu 3,26 euros por ação. Pequim já detém 28% da elétrica.

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A EDP considera que o preço oferecido pelos chineses da Three Gorges não reflete o valor real da empresa.

A posição foi transmitida, esta terça-feira de madrugada à na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em comunicado, o conselho de administração da empresa diz que irá pronunciar-se “em devido tempo” sobre os termos da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges.

O comunicado avança, desde já, que "o Conselho de Administração Executivo considera que o preço oferecido não reflete adequadamente o valor da EDP e que o prémio implícito na oferta é baixo considerando a prática seguida no mercado europeu das ‘utilities’ nas situações onde existiu aquisição de controlo pelo oferente".

O preço em causa são três euros e 26 cêntimos por ação.

O consórcio China Three Gorges é o maior acionista da EDP. Entrou para o conselho de administração em fevereiro de 2012, na sequência da privatização da empresa portuguesa e pagou, na altura, cerca de 2,7 mil milhões de euros por uma participação de 21,35% na EDP.

Atualmente, o consórcio chinês detém 23,27% da elétrica portuguesa e a CNIC, outra empresa detida pelo Estado chinês, 4,98%. Daqui resulta que a China já detém, no total, 28,25% da EDP, sendo sua intenção ficar com a totalidade da empresa – o que, segundo o jornal “Eco”, custará cerca de oito mil milhões de euros.

Mas a EDP não é a única empresa portuguesa em que Pequim tem participações. Também detém ações na REN (rede de distribuição de energia) através da State Grid (mais de 25% do capital).

O primeiro-ministro já anunciou que não se opõe ao negócio da OPA à EDP, até porque o Estado já não é acionista. Mas a Comissão Europeia pretende aprovar novas regras para conter o investimento chinês na Europa em setores considerados estratégicos, como é o caso do da energia.

Bruxelas terá ainda de analisar a concentração de capital nas mãos do mesmo acionista, que neste caso é um Estado fora da União.


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