30 mai, 2018 - 12:11
O Governo está disposto a pagar o que for preciso para impedir a liquidação do Novo Banco, embora esse seja apenas um cenário hipotético enquadrado no que a equipa das finanças do Executivo socialista considera ser a pior das hipóteses.
Assim declarou esta quarta-feira o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix, numa audiência parlamentar sobre o Novo Banco. Ninguém sabe a que valor poderá ascender a conta caso esse cenário se concretize, mas é uma possibilidade e foi discutida em Bruxelas.
"Caso todo o capital seja consumido, caso os acionistas não estejam disponíveis para emprestar capital ao banco, caso não exista no mercado a possibilidade ou acionistas ou agentes interessados em emprestar capital ao banco, então, enquanto última instância, o Estado português nunca deixará, através do Fundo de Resolução, que o banco seja liquidado", prometeu o secretário de Estado.
Isto porque, acrescentou, "uma liquidação de um banco com a dimensão do Novo Banco e com a capilaridade que o Novo Banco tem junto daquilo que é o tecido empresarial português geraria um colapso que teria efeitos de impacto nos outros bancos que não seriam só de contágio, seriam através da liquidação e do impacto sobre um conjunto de empresas que teriam impactos materiais imediatamente".
Sobre o mesmo assunto, o Ministro das Finanças, Mário Centeno, lembra que o Novo Banco está a melhorar os resultados, razão pela qual não acredita que o pior cenário venha a concretizar-se.
"Não há uma necessidade de injeção de capital, pode haver outros instrumentos se o mercado assim os absorver e se existirem outras formas de capitalização, mas a verdade é que ela já foi feita genuinamente para evitar algo que tínhamos assumido completamente que teria de ser feito, que era o cenário de liquidação."
Na sua intervenção, Centeno também lembrou que o modelo de venda com os norte-americanos prevê a partilha de custos. Se é verdade que houve injeção de capital, "também é verdade que aquilo que já fizemos até hoje e o que já decorreu até hoje do mecanismo e da venda prova que há uma partilha de custos."